segunda-feira, 13 de maio de 2024

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Abusos de menores aumentam 16% entre ano passado e 2021

Por Dentro De Tudo:

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Há pouco mais de duas semanas, uma mulher de 34 anos foi buscar a sobrinha, na casa da irmã, em Nova Lima, na região metropolitana de BH. Ao chegar, a tia percebeu que a menina, de 3 anos e 4 meses, tinha um ferimento na região anal. Ao questionar a pequena, ela disse que o namorado da mãe havia tocado nela.

Casos como este, em que menores são vítimas de abuso, não são raros. No primeiro semestre deste ano, a média foi de mais de sete casos por dia – um total de 1.348. No mesmo período do ano passado, a média foi de mais de 6 crimes diários, somando 1.162 situações – aumento de 16%.

Nos 12 meses de 2020, foram 2.668 estupros. Os dados são da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp).

Perto demais

A delegada Renata Ribeiro afirma que não há um perfil definido para os abusadores. “São pessoas que não despertam suspeita, gozam de prestígio social e usam isso para constranger as crianças”, alerta.

A psicóloga Sylvia Flores acrescenta que, geralmente, os crimes ocorrem dentro da casa da vítima ou envolvendo pessoas de seu convívio. “Isso causa uma quebra profunda e permanente de confiança no outro, em qualquer outro, que continua pela vida adulta”, diz

Pandemia reduziu denúncias em Minas

A Polícia Civil acredita que o número de registros de estupro de vulneráveis não corresponde à realidade. Isso porque, com a pandemia, muitas vítimas deixaram de denunciar seus agressores. Aliado a isso, o isolamento reduziu o número de consultas.

“A quarentena reduziu o acesso das crianças aos órgãos da rede de proteção. As crianças que, antes, faziam consultas frequentes no pediatra ou no posto de saúde deixaram de ir”, conta.

De 2019 para 2020 o número de registros reduziu 18,5% – passando de 3.163 ocorrências para 2.668 registros, segundo a Sejusp.

Dificuldade com vínculos

A psicóloga Sylvia Flores explica que vítima de abuso pode ter problemas para estabelecer laços, seja com outras crianças ou parceiros futuros. A pessoa pode ter questões na esfera sexual, na vida adulta: “Além de abalar a autoestima”.

Chame a polícia!Obrigação

A Polícia Civil informou que a denúncia de casos de abuso é dever de qualquer pessoa. “É dever de toda a sociedade noticiar a suspeita de violência contra uma criança. Quem vai obter as provas é a Polícia Judiciária. O nosso trabalho é investigar se houve um crime ou não. O dever do cidadão é noticiar qualquer suspeita de violência”, disse a delegada Renata Ribeiro.

Como denunciar

Queixas podem ser feitas, de forma anônima, por meio do Disque 100 ou pelo 181. Em BH, as a pessoa pode ir na Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente (Depca), localizada na avenida Nossa Sra. de Fátima, 2.175, no bairro Carlos Prates.

Operação

Entre junho e julho deste ano, foi feita a operação Acalento. Em Minas, 107 pessoas foram presas, 744 novos inquéritos foram abertos e 1.152 vítimas foram atendidas. Em BH, 17 homens foram detidos e oito adolescentes, apreendidos.

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