Adolescente registra assédio de motorista de aplicativo em áudio no interior de MG: ‘Está traumatizada’, diz mãe

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Uma adolescente de 15 anos foi assediada por um motorista do aplicativo em Minas. A corrida ocorreu por volta das 21h entre os bairros Laranjeiras e Jardim Patrícia, em Uberlândia, e a vítima registrou o crime em áudio.

Segundo o boletim de ocorrência, o motorista passou a mão na perna da adolescente, cheirou e beijou o cabelo dela. O homem também a convidou para um motel e perguntou se ela não queria ver seu pênis. A mãe da jovem contou que a filha ainda está traumatizada e não quis retornar à escola na volta às aulas na segunda-feira (4).

“Eu senti nojo quando ouvi os áudios das coisas que ele estava falando para ela. Tenho certeza que não foi a primeira vítima, pela forma como ele estava falando. Espero que ele nunca mais trabalhe como motorista, minha filha ficou traumatizada, não quis nem voltar à escola”, desabafou a mãe.

Em nota, o aplicativo lamentou o ocorrido e disse que uma equipe especializada está em contato com a família prestando acolhimento. O perfil do motorista foi bloqueado da plataforma. Veja a nota na íntegra abaixo.

Nos áudios gravados pela vítima é possível ouvir o seguinte diálogo:

“O que é isso que você está na boca?”, perguntou o motorista.

“Gloss, um brilhinho para a boca”, respondeu a jovem.

“Me dá um beijo então”, pediu o motorista.

“Não!”, retrucou a adolescente.

“Talvez você gosta do meu beijo, fica comigo”.

“Não!”

Mesmo com a vítima negando por várias vezes, o motorista continuou assediando a adolescente, perguntando se ela não gostaria de ver seu pênis.

“Ele é diferente, ele é branco. Faço o que você quiser, se você mandar eu sentar igual um cachorrinho eu sento”, disse o motorista.

Preocupada com o que pudesse acontecer, a adolescente enviou a localização para a mãe juntamente de áudios que mostravam o que acontecia na viagem.

“Ela ficou aterrorizada porque ele estava mencionando que iria levá-la para um motel. Meu marido e eu ficamos muito preocupados e ficamos acompanhando o trajeto até ela chegar em casa. Até fomos esperar ela na portaria do prédio, mas quando chegamos lá, ele já havia ido embora. Ela chorava muito”, relembrou a mãe da vítima.

Após a repercussão do caso, a adolescente ainda não retornou à escola por estar ainda traumatizada com o ocorrido. Além disso, segundo a mãe, a jovem não voltará a andar com motoristas de aplicativo sozinha.

“Antes ela ia para todo lado usando o aplicativo, agora não dá mais, a gente fica com medo. Sozinha ela não fica.”

A mãe da jovem ainda afirmou que a empresa ’99’ procurou a família para oferecer apoio e tratamento psicológico.

O g1 entrou em contato com a Polícia Militar e Civil sobre o ocorrido e sobre a possível prisão do suspeito, porém não obteve resposta até a última atualização da reportagem.

O que disse o aplicativo

“A 99 lamenta o ocorrido e informa que possui uma política de repúdio e tolerância zero em qualquer caso de violência, especialmente contra assédio e violência sexual. Assim que a empresa tomou conhecimento do caso, o perfil do motorista parceiro foi bloqueado da plataforma.

Uma equipe especializada está em contato com a família da passageira prestando acolhimento e orientações para acionamento do seguro, que inclui apoio psicológico. A empresa segue à disposição para colaborar com as investigações das autoridades.”

Fonte: G1.

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