Alexandre de Moraes, do STF, determina que governador Cláudio Castro preste informações sobre operação policial no RJ

Por Dentro De Tudo:

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, forneça informações detalhadas sobre a operação policial realizada na terça-feira, 28 de outubro. Essa decisão foi tomada após solicitações de entidades de direitos humanos e de partidos políticos, incluindo o Partido Socialista Brasileiro (PSB), que está entre os autores da ação que discute as operações nas favelas da cidade.

Em abril, o STF já havia autorizado a atuação das forças de segurança do estado, estabelecendo normas destinadas a reduzir a letalidade e assegurar os direitos humanos nas comunidades. Entre os dados requisitados por Moraes estão: o número de agentes envolvidos na operação, o número oficial de mortos, feridos e detidos, se foram tomadas medidas para responsabilizar os envolvidos em possíveis abusos e violações de direitos, incluindo a atuação dos órgãos periciais e a utilização de câmeras corporais e em viaturas policiais, a preservação do local para perícia e a conservação dos vestígios do crime, além da estrita observância do princípio da proporcionalidade no uso da força, especialmente durante os horários de entrada e saída das escolas.

A audiência em que Cláudio Castro deverá prestar esclarecimentos está agendada para a segunda-feira, dia 3 de novembro.

Na mesma manhã, o governo federal iniciou discussões sobre a operação no Rio. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cobrou de Cláudio Castro ações efetivas no combate ao contrabando e à adulteração de combustíveis, que, segundo ele, financiam o crime organizado. Haddad afirmou que o governo estadual tem feito pouco em relação a esses problemas, que são fundamentais para atacar a estrutura do crime organizado.

Em outra frente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com sete ministros no Palácio da Alvorada após retornar da Ásia, onde tomou conhecimento da operação. De acordo com fontes, o presidente ficou surpreso com a magnitude da operação e com o alto número de mortes registradas, demonstrando preocupação por esta ter sido desencadeada sem o conhecimento do governo federal, o que impossibilitou a participação desta esfera governamental com recursos e informações.

O governo do Rio de Janeiro ainda não se manifestou oficialmente sobre as declarações do ministro Haddad e a situação em torno da operação.

Crédito da foto: Reprodução. Fonte: G1.

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