Em Minas Gerais, a atual escassez e a alta de aproximadamente 30% nos preços dos carros novos, junto com a média de quatro meses de espera para receber os veículos já comprados, estão provocando impactos na atividade de locação, que deverão se estender até 2022. A avaliação é da regional mineira da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA).
Conforme dados do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), no final do ano passado 1.439 locadoras estavam ativas em Minas Gerais, com uma frota de 701.170 veículos licenciados no estado. “São quase 1,5 mil empresas dependendo da retomada do ritmo da produção de veículos”, diz o diretor regional da ABLA e do Sindicato das Locadoras de Minas, Leonardo Soares. “O problema é que nossas projeções apontam que tal retomada vai ocorrer somente em 2022”.
No que diz respeito ao aluguel de veículos para pessoas físicas, a associação das locadoras aponta que as modalidades que mantiveram a demanda em alta no primeiro semestre foram os carros por assinatura e a locação para motoristas de aplicativos. “Trata-se do desejo de cada vez mais pessoas em evitar aglomerações nos transportes coletivos”, avalia Soares. “No Brasil, já são mais de 200 mil carros alugados só para os motoristas de Uber”.
Sobre os carros por assinatura, Leonardo Soares acrescenta que a modalidade funciona de maneira semelhante aos serviços de streaming para filmes e seriados, só que, neste caso, o serviço é voltado para os automóveis. “Por um valor fixo mensal a pessoa tem o carro novo sem se preocupar com custos de revisão, manutenção, seguros, tributos ou taxas”, afirma. “Paga-se pelo uso e não pela propriedade”.
Segundo Soares, o ano que vem, provavelmente já sem pandemia, exigirá adaptação das locadoras às novas formas de gestão, “inclusive equilibrando a necessidade de ajuste das tarifas de aluguel às possibilidades dos clientes no nosso estado”, completa o executivo. “As pequenas e médias locadoras terão de customizar ainda mais o atendimento para permanecerem competitivas no mercado mineiro”.