O ataque a tiros que terminou com a morte do guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) em Foz do Iguaçu (PR), Marcelo Arruda, 50, escancarou o grau de violência que poderá marcar o processo eleitoral de 2022. A três meses do pleito, o consultor em marketing político eleitoral Adriano Mariano Strazzi analisa com preocupação o cenário.
Na avaliação do cientista político e professor da Ufop e do IBMEC Adriano Cerqueira, o registro de episódios violentos não necessariamente é uma a exclusidade desta eleição.
“Os partidos e candidatos, de uma forma muito racional, utilizam estratégias de comunicação política que visam tirar o eleitor da zona de racionalização e mobilizá-lo para o lado emocional. Atraem o eleitor com discursos que divinizam a candidatura e demonizam a candidatura adversária. Claro que isso gera, para alguns indivíduos, uma reação mais violenta, e infelizmente esses atos de extrema violência acabam acontecendo”, analisou.
O professor exemplificou com o ataque a faca sofrido, em Juiz de Fora, pelo então candidato a presidente Jair Bolsonaro, em 2018, durante ato de campanha.
Adriano Strazzi concorda que os candidatos possuem papel determinante para desmobilizar atos violentos no período eleitoral.
“O único papel aceitável para candidatos dentro de uma democracia é a recriminação veemente e pública de tais atos, em todos os canais de comunicação dos quais participem. Detentores, passados e presentes, de altos cargos têm o poder de transformar suas palavras em leis extraoficiais”, ressalta Adriano Strazzi.
Fonte: O Tempo.