Antes do feminicídio: autoridades alertam que violência contra a mulher começa com relacionamento tóxico

Por Dentro De Tudo:

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Especialistas destacam que ciúme excessivo, abuso emocional, controle financeiro e isolamento de familiares e amigos são os principais sinais de um relacionamento tóxico. Esses comportamentos, considerados prejudiciais, marcam o início de uma escalada que pode culminar na violência extrema, como o feminicídio. Em São José do Rio Preto, São Paulo, as autoridades enfatizam que muitas vezes esses sinais se disfarçam de cuidado e carinho, dificultando a percepção da mulher que está inserida nesse ciclo de violência.

Uma mulher, que preferiu não se identificar, relatou em entrevista à TV TEM que demorou a compreender que vivia um relacionamento tóxico, já que seu parceiro demonstrava comportamentos amorosos. Segundo ela, o companheiro a afastou de amigos e familiares, levando-a a acreditar que só ele a amava de verdade. Essa experiência ilustra o que muitos enfrentam em relações abusivas.

A promotora de justiça da Vara de Violência Doméstica de Rio Preto, Heloísa Gaspar Martins Tavares, destacou que para quem observa de fora, é mais fácil identificar um relacionamento tóxico. No entanto, a mulher envolvida muitas vezes se vê confusa devido à alternância de comportamento do agressor, que pode ser carinhoso em um momento e agressivo no seguinte. Essa confusão contribui para que a mulher permaneça no ciclo de violência.

Os números de feminicídios na região são alarmantes. No primeiro semestre de 2025, foram registrados 11 casos de feminicídio e 21 tentativas. Esses dados revelam que a maioria das mulheres busca ajuda apenas quando a situação se torna insustentável. A delegada da mulher, Margareth Franco, ressaltou que existe um processo difícil até que a vítima reconheça que seu parceiro não mudará, levando-a a procurar as autoridades apenas quando já está em uma situação de extrema fragilidade.

As orientações para denunciar a violência contra a mulher incluem ir até uma Delegacia da Mulher, ligar para a Central de Atendimento à Mulher pelo número 180, ou contatar a Polícia Militar pelo 190.

Foto: Reprodução / TV TEM
Fonte: g1

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