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Anticorpos de quem teve Covid-19 não impedem infecção por Ômicron, diz cientista da OMS

Por Dentro De Tudo:

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Os anticorpos resultantes de uma primeira infecção por Covid-19 não impedem a pessoa de contrair a doença com a variante Ômicron, afirma a pesquisadora Anne von Gottber, em entrevista coletiva virtual nesta quinta-feira (2) no escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS) na África.

“Acreditamos que a infecção anterior não protege contra a Ômicron”, afirma Anne, especialista em doenças infecciosas do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul.

Há ainda muitas incógnitas sobre essa nova cepa do coronavírus, anunciada na semana passada, que tem 32 mutações, incluindo potencial de propagação e resistência às vacinas.

A investigação está apenas começando, mas as observações iniciais sugerem que pessoas anteriormente infectadas podem ter sido vítimas da forma mutante do vírus, muitas vezes com sintomas menos graves, diz a especialista.

A variante, presente até agora em pelo menos 22 países, segundo a OMS, foi detectada inicialmente na África do Sul e em Botsuana e relatada em mais dois países africanos – Gana e Nigéria.

O número de casos oficiais de Covid-19 no continente aumentou 54% nos últimos sete dias, até 30 de novembro, em comparação com o mesmo período anterior, devido ao aumento exponencial de infecções na África do Sul. A previsão é que exceda 10 mil casos nas próximas 24 horas, de acordo com a OMS África.

O número de casos de infecção diminuiu em todas as outras sub-regiões.

Há 15 dias, a África do Sul registrava cerca de 300 casos por dia. Na última quarta-feira (1º), o país comunicou 8.561 novos casos, contra 4.373 no dia anterior.

Nessa fase, “não sabemos de onde vem a variante”, comenta o especialista da OMS Ambrose Talisuna.

Depois do anúncio da detecção da nova variante B.1.1.529 na semana passada, denominada Ômicron, a África do Sul e o conjunto dos países vizinhos da África Austral foram alvo de proibições de viagem por parte de muitas nações.

A OMS reiterou hoje o seu apelo à suspensão das restrições, que considera “injustas” e sem qualquer justificação científica.

“A detecção e a comunicação da nova variante por parte de Botsuana e da África do Sul mobilizou o mundo. Temos uma janela de oportunidade, mas temos de agir rapidamente e aumentar as medidas de detecção e prevenção”, afirma Matshidiso Moeti, diretora regional da OMS para África, citada em comunicado da organização, divulgado após a coletiva.

“Os países devem ajustar a sua resposta à covid-19 e impedir que um surto de casos se espalhe por toda a África e sobrecarregue eventualmente instalações de saúde já saturadas”, acrescenta.

A África do Sul e Botsuana são responsáveis por 62% dos casos de infecção com a Ômicron, tendo relatado, respectivamente, 172 e 19 casos.

A nova variante tem elevado número de mutações (32) na sua proteína Spike, e os ensaios laboratoriais preliminares sugerem risco de reinfeção, quando comparada com outras variantes preocupantes

Cientistas da África do Sul e região “estão intensificando as pesquisas para compreender a transmissibilidade, gravidade e impacto da Ômicron em relação às vacinas, diagnósticos e tratamentos disponíveis e se ela é responsável pelo mais recente surto de infecções de covid-19”, acrescenta o comunicado da OMS África.

(*) com informações da RTP

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