Anvisa proíbe marcas de “café fake” após identificar toxina perigosa para a saúde

Por Dentro De Tudo:

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Melissa, Pingo Preto e Oficial são as marcas suspensas. Produtos continham impurezas, materiais de baixa qualidade e ocratoxina A, substância tóxica que pode afetar os rins e o sistema imunológico.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, nesta segunda-feira (2), a proibição da fabricação, comercialização, distribuição e propaganda de três marcas de pó para preparo de bebida sabor café, popularmente conhecidos como “café fake”. A medida afeta os produtos das marcas Melissa, Pingo Preto e Oficial, que deverão ser retirados imediatamente do mercado.

A decisão foi tomada após análises laboratoriais apontarem a presença da ocratoxina A (OTA), uma substância tóxica produzida por fungos que pode provocar danos aos rins, além de comprometer o sistema imunológico e afetar o desenvolvimento de fetos, conforme alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Além da toxina, os produtos apresentaram irregularidades graves, como o uso de ingredientes de baixa qualidade, grãos crus, resíduos, além de impurezas e matérias estranhas, como pedras, galhos, areia e sementes de outras plantas, excedendo o limite de 1% permitido pela legislação. Também foi identificada falsidade na rotulagem, já que os produtos se diziam compostos por “polpa de café” ou “café torrado e moído”, quando na verdade usavam material considerado inadequado.

Em abril, o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Hugo Caruso, declarou que os produtos eram feitos com o que chamou de “lixo da lavoura”.

As marcas já haviam sido desclassificadas pelo MAPA no dia 25 de março, por apresentarem riscos à saúde pública. A resolução publicada agora pela Anvisa amplia a sanção, exigindo que todos os lotes sejam recolhidos e que os consumidores sejam orientados sobre os riscos do consumo.

Riscos da ocratoxina A

A ocratoxina A é uma micotoxina que pode contaminar alimentos como café, grãos e carnes, principalmente em condições inadequadas de armazenamento e processamento. Os principais riscos associados à substância incluem:

  • Doenças renais crônicas;
  • Tumores no sistema urinário;
  • Inflamações crônicas;
  • Comprometimento do sistema imunológico;
  • Possíveis efeitos no desenvolvimento fetal.

A OMS ressalta que, apesar de ainda haver lacunas nos estudos com humanos, os danos renais foram claramente observados em pesquisas com animais.

O que fazer se você comprou um “café fake”

O Ministério da Agricultura orienta que consumidores que tiverem adquirido os produtos das marcas Melissa, Pingo Preto ou Oficial devem:

  • Interromper o consumo imediatamente;
  • Solicitar a troca ou devolução com base no Código de Defesa do Consumidor;
  • Denunciar a venda dos produtos por meio do canal Fala.BR (https://falabr.cgu.gov.br), informando o nome e endereço do estabelecimento.

Como identificar o café verdadeiro?

Para evitar enganos, é importante ler atentamente o rótulo. O verdadeiro café deverá conter as seguintes informações:

  • Denominação correta como “café torrado e moído”;
  • Número de registro no Ministério da Agricultura;
  • Selo de inspeção federal ou estadual;
  • Nome e endereço do fabricante.

A recomendação é clara: fique atento ao que você consome. A qualidade do café que chega à sua xícara pode impactar diretamente sua saúde.

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