Armas, celulares e cédulas falsas: policial que levou provas de investigação para casa leva multa de R$ 25 mil e vai perder o cargo em MG

Por Dentro De Tudo:

Compartilhe

Um escrivão da Polícia Civil de Ubá foi condenado à perda do cargo público e ao pagamento de multa de R$ 25 mil por improbidade administrativa. A decisão é do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e cabe recurso. Vagner Emidio Gravina foi um dos alvos da Operação ‘Patmos’, deflagrada em 2019. Segundo as investigações, ele levou para casa, sem autorização legal, uma grande quantidade de bens, materiais e documentos relacionados a procedimentos investigatórios da Delegacia Regional de Polícia Civil de Ubá, onde trabalhava.

A defesa do condenado informou que, “por questão de ética profissional”, não poderia fornecer dados do processo sem autorização do cliente. Durante a operação, foram encontradas na residência de Gravina armas de fogo, celulares, cédulas falsas e documentos vinculados a dezenas de procedimentos policiais.

Conforme a decisão, Gravina também ficará proibido de receber qualquer tipo de benefício ou incentivo do poder público, como isenções de impostos, descontos em tributos ou facilidades em linhas de crédito, por um período de 8 anos. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) declarou que, por meio da Corregedoria-Geral, realizou um processo administrativo disciplinar dentro dos parâmetros legais para apurar a conduta do servidor, resultando na penalidade de demissão, já publicada no órgão de imprensa oficial. A PCMG ressaltou que não comenta decisões judiciais.

Além do processo por improbidade administrativa, Vagner Emidio Gravina também responde na vara criminal, mas o caso tramita em segredo de Justiça. A Operação ‘Patmos’, realizada em setembro de 2019, teve outros alvos, como uma ex-estagiária e um advogado, que foram presos. No mesmo dia da ação, o delegado Alexandrino Rosa Souza, de 35 anos, foi procurado, mas encontrado morto no Rio de Janeiro, após um acidente com um carro na Linha Amarela, apresentando um sinal de tiro na cabeça.

Na ocasião, o Ministério Público informou que havia indícios do envolvimento de outras pessoas de Ubá e região em crimes de corrupção, associação criminosa, peculato, corrupção passiva e advocacia administrativa. O g1 solicitou atualizações sobre o caso ao Ministério Público e ao Tribunal de Justiça, mas as instituições não forneceram detalhes sobre o andamento processual.

Crédito da foto: Google Maps/Reprodução. Fonte: g1.

Encontre uma reportagem