Uma criança de apenas 1 ano e 4 meses precisou passar por uma série de cirurgias após ser atacada por um cachorro rottweiler, em Pará de Minas, na região Central do estado. Após receber os primeiros socorros em uma unidade médica da região, a pequena Luiza foi transferida para o Hospital João XXIII, em BH, onde segue em acompanhamento há seis meses.
“A Luiza sofreu arrancamento de todo o couro cabeludo, além de uma fratura óssea no crânio, e chegou à unidade em estado de choque. Como não havia possibilidade, no caso dela, de cobertura cutânea e não seria possível usar a técnica que chamamos de ‘retalhos’, já que ela ainda é muito pequena, a única opção que nos restava era a matriz dérmica, que é uma tela biológica”, explica a cirurgiã plástica Vivian Lemos, que atendeu a pequena.
Para que a criança saísse da urgência, a equipe médica precisou de um mandado judicial que possibilitou o fornecimento de materiais específicos para a realização das cirurgias. “Depois disso, ainda conseguimos a liberação de uma segunda matriz, sem a necessidade de medida jurídica. Com isso, reconstruímos o couro cabeludo por completo para depois fazer o enxerto”, detalha a médica.
Sequelas
Agora com 1 ano e 10 meses, Luiza segue sendo acompanhada pela equipe do hospital. É que a pequena ainda sofre com uma paralisia facial do lado direito do rosto e precisou passar por mais um procedimento cirúrgico.
“Realizamos a cirurgia de reanimação facial da Luiza. Após a sua recuperação, ela deverá complementar seu tratamento com fonoaudiólogo e fisioterapeuta e, possivelmente, em um futuro próximo, passar por outra cirurgia para reabilitação completa”, explica Vivian.
De acordo com a coordenadora da cirurgia plástica do Centro de Tratamento de Queimados, Kelly Araújo, além das vítimas de mordeduras caninas, grande parte do atendimento no João XXIII é feito a vítimas de animais peçonhentos e queimaduras, pessoas que se acidentaram no trabalho e, principalmente, no trânsito.
“Com a organização da Rede de Urgência e Emergência, incluindo o trabalho do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e dos Bombeiros, pacientes com complexidade extrema de ferimentos são levados ao hospital e recebem atendimento especializado da nossa equipe, em tempo hábil”, contextualiza Kelly.
Episódios recorrentes
Só no ano passado, a unidade recebeu 146 pacientes vítimas de agressões de cães. Neste ano, já foram 42 pessoas atendidas no hospital. Em março deste ano, uma idosa de 67 anos foi atacada por dois cães da raça pitbull em Guaxupé, no Sul do estado (relembre aqui).
Os animais partiram para cima do cão da mulher, de pequeno porte, e ela acabou sendo atacada também, quando tentou defender seu animal de estimação. A idosa sofreu uma laceração e um deslocamento na articulação do braço, além de um corte na face e precisou de atendimento médico.
Outro episódio marcante que aconteceu no estado foi quando uma idosa de 88 anos morreu após ser atacada por um cachorro da raça pitbull, no bairro Renascença, região Nordeste de Belo Horizonte, em 2016. A mulher era dona do cão e foi encontrada já sem vida dentro da casa onde morava, na rua Trindade.
Mais recentemente, um bebê de 21 dias morreu após ser atacado por um cachorro da raça pitbull. O recém-nascido dormia em casa, na cidade de Limeira, em São Paulo, quando a tragédia ocorreu, em janeiro deste ano.
Com Agência Minas
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