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Aumento de casos de coqueluche em SP e RJ preocupa autoridades de saúde

Por Dentro De Tudo:

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Os casos de coqueluche registraram um aumento expressivo em 2024, preocupando as autoridades de saúde, especialmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O Ministério da Saúde atribui esse crescimento à falta de vacinação.

No Rio de Janeiro, os primeiros seis meses do ano mostraram um aumento de mais de 300% nos casos de coqueluche em comparação com todo o ano de 2023. Em São Paulo, o cenário é ainda mais grave. A capital paulista registrou um aumento de 1178% nos casos no primeiro semestre do ano, com 165 casos contra 14 no mesmo período de 2023, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde.

Alta mundial

O aumento de casos de coqueluche não se restringe ao Brasil. No cenário global, a França tem sido um dos países mais afetados, gerando um alerta mundial especialmente com a proximidade dos Jogos Olímpicos de Paris, que começam no dia 26 de julho. O Ministério da Saúde brasileiro recomendou que atletas e visitantes se vacinem contra a doença antes de viajarem para a França. Segundo o Boletim Epidemiológico do European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC), mais de 32 mil casos de coqueluche foram registrados entre janeiro e março deste ano em 17 países da União Europeia.

Desinformação

André Ricardo Araujo da Silva, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF), aponta que a crise de desinformação tem contribuído significativamente para o aumento de casos de coqueluche. “O aumento de casos é resultado de uma combinação de fatores. Um deles é o movimento antivacina, que tem sido um problema desde o lançamento das vacinas. Com o avanço da internet nos últimos 10 a 15 anos, a disseminação de informações falsas aumentou, levando muitos pais a não vacinarem seus filhos. Além disso, a proteção da vacina diminui com o tempo.”

O que é a coqueluche?

A coqueluche, causada pela bactéria Bordetella pertussis, é uma doença infecciosa que afeta exclusivamente seres humanos. Transmitida pelo ar, a doença se espalha facilmente quando uma pessoa infectada tosse ou espirra. Os sintomas incluem coriza, mal-estar, crises de tosse intensa e vômitos em crianças pequenas. A febre é geralmente leve, mas os sintomas podem durar de seis a dez semanas. O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais específicos, e o tratamento envolve antibióticos e medidas para atenuar os sintomas. No entanto, a única prevenção eficaz é a vacinação.

Vacinação e imunidade

O Ministério da Saúde afirma que a imunidade à coqueluche é adquirida com a administração de três doses da vacina, com reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade. A proteção conferida pela vacina pode diminuir com o tempo, tornando adultos suscetíveis à doença, mesmo que tenham sido vacinados quando crianças.

Para combater o surto, o Ministério da Saúde orienta estados e municípios a ampliar os grupos de vacinação, incluindo funcionários de berçários e creches. A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo destacou que a imunização contra a coqueluche faz parte da vacina Pentavalente, cuja cobertura vacinal está ligeiramente abaixo da meta de 95%.

Foto: CNN Brasil

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