Desde o início de junho, o número de casos confirmados de Covid-19 na Grande BH subiu 186%. Saltou de 2.907, no dia 1º, para 8.307, no dia 25 de junho. O crescimento do número de casos na capital e nas 33 cidades que compõem a Região Metropolitana e a taxa de ocupação de leitos são dois dos fatores levados em conta pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) para decidir, nesta sexta-feira (26), se dá continuidade ao processo de flexibilização do isolamento social em BH ou não.
A maior parte dos casos confirmados de Covid-19 se concentra em BH, onde há mais habitantes e também circulação mais intensa de pessoas. Até esta quinta-feira (25), eram 4.636 casos confirmados de Covid-19, segundo o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde. Em seguida, está Contagem, com 874 casos confirmados; Betim, com 521 casos; Ribeirão das Neves, com 324 casos e Santa Luzia, com 219 casos.
Além destes municípios, outros quatro passaram da marca de 100 casos confirmados. São eles: Sabará, com 165 casos, Brumadinho, com 145, Jaboticatubas, com 124 e Ibirité, com 128.
Em contrapartida, há cidades que sequer aparecem no ranking de casos confirmados de Covid-19 no Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde. É o caso de Baldim e Taquaraçu de Minas. As prefeituras das cidades, no entanto, já confirmaram registros da doença.
O número de óbitos por Covid-19 subiu 174%. Enquanto no dia 1º eram 77 mortes em 12 cidades da Região Metropolitana, no dia 25, já eram 211 mortes em 19 cidades. A maior parte das mortes, 106, são de moradores de Belo Horizonte. Contagem vem em seguida, com 34 óbitos e Betim, com 27.
Estrutura hospitalar
Outro fator que deve ser levado em consideração pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) para decidir pelas medidas que serão adotadas a partir da próxima semana na capital mineira é a ocupação de leitos. Minas Gerais bateu novo recorde de ocupação de leitos de terapia intensiva nesta quinta-feira (25): chegou a 92%. Na macrorregião Centro, onde se situa a Região Metropolitana de Belo Horizonte, a taxa está em 90%.
Na Grande BH, a capital, Betim e Contagem concentram a maior parte dos leitos de UTI disponíveis. São 1.132 leitos de UTI só nestes 3 municípios. A quantidade está dentro do que preconiza a Organização Mundial de Saúde, de um a 3 leitos a cada 10 mil habitantes. A Grande BH tem cerca de 6 milhões de habitantes. Considerando orientação da OMS, o número de leitos precisa estar entre 600 e 1.800.
Entretanto, com a explosão de casos de Covid-19, estas cidades, inclusive a capital mineira, podem não suportar a demanda. Entre as cidades que possuem maior número de confirmações de Covid-19, Santa Luzia, Ribeirão das Neves e Sabará não têm estruturas adequadas para tratamento de casos graves e dependem dos leitos de UTI da capital mineira.
Por causa do aumento da demanda, a prefeitura de BH abriu 15 novas estruturas de terapia intensiva na última quarta-feira (25), totalizando 986, sendo 297 só para pacientes com sintomas de Covid-19. Só no mês de junho, a capital precisou abrir 77 leitos de UTI para atendimento aos casos graves da doença. Mesmo assim, a taxa de ocupação de leitos permanecia crítica, de 86% na quarta.
A quantidade está dentro do que preconiza a OMS. Seriam necessários entre 43 a 131 leitos de terapia intensiva para atendimento somente da população da cidade. Mas Betim ainda é referência para outros 12 municípios, que totaliza uma população de 800 mil habitantes. Resultado: a taxa de ocupação, nesta quinta-feira (25), estava em 77%.
Fonte: Globo Minas.