O aumento no preço do diesel e da gasolina, em vigor desde 1º de fevereiro, tem gerado impactos significativos não apenas para motoristas, mas para a economia de forma geral, afetando até aqueles que não possuem veículo. O reajuste desses combustíveis tem efeitos diretos sobre a inflação, com reflexos no preço de produtos e serviços, incluindo alimentos.
Em Minas Gerais, o preço da gasolina subiu de R$ 6,09 para R$ 6,24 após o aumento do ICMS, e em Belo Horizonte o valor médio passou de R$ 6,12 para R$ 6,27. Esse aumento já é suficiente para gerar um impacto na inflação de Belo Horizonte, que pode subir 0,10 ponto percentual, conforme cálculos da Fundação Ipead.
O economista André Braz, do FGV Ibre, destacou que a gasolina representa cerca de 5% do orçamento das famílias, e um aumento de 1% no preço do combustível pode elevar em até 0,05 ponto percentual o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice que mede a inflação. Com a alta de 2,5% nos preços dos combustíveis, o impacto na inflação nacional pode ser de cerca de 0,12 ponto percentual.
O aumento também afeta contratos de aluguel, que são reajustados com base no IPCA, tornando ainda mais importante a necessidade de que os salários acompanhem esse aumento nos preços. O aumento do ICMS é justificado pela necessidade de financiar os serviços públicos essenciais, como saúde e educação, conforme explicado pelos economistas.
Impactos indiretos do aumento do diesel
Já o diesel, apesar de representar apenas 0,2% do índice da inflação, tem um efeito cascata significativo. A alta do combustível, que subiu de R$ 6,06 para R$ 6,36 em Minas, não afeta diretamente os consumidores que não utilizam o combustível, mas gera um impacto nos preços de diversos produtos, principalmente alimentos.
O diesel é essencial para o transporte de mercadorias, incluindo alimentos, e sua alta reflete diretamente no custo de produtos no mercado. Aline Veloso, analista da Faemg Senar, explicou que o aumento do diesel repercute nas indústrias e no agronegócio, pois o combustível é usado tanto no transporte de produtos quanto no maquinário agrícola.
Além disso, o presidente da Fetcemg, Gladstone Lobato, destacou que o diesel representa uma parte significativa dos custos operacionais do transporte de carga. Em Minas Gerais, os custos de diesel podem corresponder até 20% do custo de uma viagem, refletindo diretamente nos preços de produtos como alimentos, medicamentos e outros bens essenciais.