Aumento do tráfego nas rodovias exige revisão mecânica e proteção patrimonial nas férias

Por Dentro De Tudo:

Compartilhe

O final do ano no Brasil marca o período de maior mobilidade populacional e, consequentemente, de maior densidade de tráfego nas rodovias federais e estaduais. A combinação de festividades, férias escolares e o verão cria um cenário de deslocamento em massa que altera significativamente as estatísticas de segurança viária. 

Dados históricos das concessionárias e da Polícia Rodoviária Federal indicam que o risco de sinistros e falhas mecânicas aumenta exponencialmente nessa época, impulsionado pelo calor excessivo, chuvas repentinas e congestionamentos prolongados.

Diante desse panorama, a preparação do veículo deixa de ser uma recomendação básica de manutenção para se tornar uma medida de gestão de risco. A integridade mecânica do automóvel e a cobertura contra imprevistos patrimoniais são os dois pilares que garantem que o período de descanso não se transforme em um prejuízo financeiro ou em uma situação de perigo físico. 

A análise preventiva dos sistemas automotivos, aliada a uma cobertura de assistência eficiente, constitui a única defesa real contra a imprevisibilidade das estradas.

Calor e congestionamentos testam os limites do sistema de arrefecimento

O verão brasileiro impõe condições severas aos motores a combustão. Um tráfego lento ou parado, comum nas saídas para o litoral, submete o veículo a um regime de baixa ventilação natural e alta temperatura de operação. Esse sistema de arrefecimento é, portanto, o ponto crítico de falha e, portanto, sua verificação não deve se limitar ao nível do reservatório, mas à qualidade do fluido refrigerante.

Misturar de maneira correta água desmineralizada e aditivo (etilenoglicol) é o que eleva o ponto de ebulição do líquido, impedindo que o motor ferva mesmo acima de 100°C. O uso de água de torneira, prática comum e danosa, provoca corrosão nas galerias do motor e na bomba d’água, falhas que costumam se manifestar justamente nos momentos de maior exigência térmica. 

A substituição preventiva de mangueiras ressecadas e a verificação da válvula termostática são procedimentos técnicos indispensáveis antes de enfrentar a estrada.

Riscos de aquaplanagem exigem verificação da profundidade dos pneus

As chuvas de verão introduzem a variável da aquaplanagem, fenômeno físico onde uma lâmina de água isola o pneu do asfalto, anulando a direção e a frenagem. A única barreira contra esse risco é a profundidade dos sulcos do pneu. 

A legislação exige um mínimo de 1,6mm, indicado pelo TWI (Tread Wear Indicator), mas especialistas em segurança viária recomendam a substituição antes desse limite, pois a capacidade de drenagem de água diminui drasticamente abaixo de 3mm. O sistema de freios também merece uma auditoria técnica. O fluido de freio é higroscópico, ou seja, absorve umidade do ar com o tempo.

Em descidas de serra, onde o uso dos freios é intenso e gera muito calor, um fluido velho pode entrar em ebulição, causando a perda total e súbita da capacidade de frenagem (fading). A troca do fluido a cada dois anos é uma norma técnica de segurança frequentemente ignorada.

Proteção veicular oferece agilidade na assistência em caso de panes remotas

Além da mecânica, a segurança jurídica e financeira da viagem é um componente vital. O aumento da exposição ao risco de colisões, furtos e roubos em regiões desconhecidas exige que o veículo esteja protegido. No entanto, o mercado de seguros tradicionais tem apresentado custos proibitivos para muitos perfis de condutores, baseando-se em análises de risco que penalizam idade ou CEP.

Nesse contexto, o modelo de proteção veicular, fundamentado no associativismo e no rateio de despesas, consolidou-se como uma alternativa robusta. A grande vantagem operacional desse modelo em viagens é a desburocratização da assistência 24 horas. 

Uma pane elétrica em uma rodovia isolada ou uma colisão leve em outra cidade exigem um serviço de guincho (reboque) eficiente e com quilometragem adequada para o retorno à base.

A realização de uma cotação de proteção veicular antes da viagem permite ao proprietário avaliar coberturas que incluem não apenas o reparo do veículo, mas também serviços de hospedagem emergencial e transporte alternativo, garantindo a continuidade da viagem ou o retorno seguro da família em caso de imprevistos graves. 

A flexibilidade contratual das associações, muitas vezes sem fidelidade ou análise de perfil restritiva, atende à demanda por uma proteção imediata e acessível.

Falhas no sistema elétrico são a principal causa de interrupções na estrada

A eletrônica embarcada nos veículos modernos é sensível e vital. A bateria automotiva, muitas vezes esquecida, é o coração que sustenta desde a injeção eletrônica até o conforto do ar-condicionado e o entretenimento a bordo. O teste de carga da bateria e a verificação do alternador evitam a pane elétrica, uma das causas mais comuns de chamados de socorro em rodovias.

Lâmpadas queimadas ou faróis desalinhados não representam apenas risco de multa, mas reduzem a visibilidade em condução noturna ou sob chuva. A verificação de todo o sistema de iluminação e sinalização é um procedimento rápido que impacta diretamente a segurança ativa do veículo, permitindo ver e ser visto pelos outros condutores.

Distribuição incorreta de bagagem pesada pode comprometer frenagem

O comportamento dinâmico de um automóvel altera-se com o peso. Um veículo carregado com malas e passageiros tem seu centro de gravidade modificado, exigindo maiores distâncias de frenagem e apresentando reações mais lentas em curvas. 

A distribuição correta da bagagem, colocando os itens mais pesados no fundo do porta-malas e evitando objetos soltos na cabine (que se tornam projéteis em uma desaceleração brusca), é uma medida de física aplicada à segurança.

O planejamento de uma viagem segura no final do ano é um exercício de responsabilidade que vai além do destino. A revisão preventiva e a garantia de uma cobertura de proteção veicular eficiente formam a barreira que separa uma experiência de lazer memorável de um transtorno estatístico. 

O investimento na manutenção e na proteção do patrimônio é, em última análise, um investimento na preservação da vida.

Encontre uma reportagem