AVC mata um brasileiro a cada seis minutos; especialistas dizem que 80% dos casos podem ser evitados

Por Dentro De Tudo:

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O acidente vascular cerebral (AVC) continua sendo uma das principais causas de morte no Brasil. De janeiro a outubro deste ano, 64.471 pessoas morreram em decorrência da doença — o que representa uma vida perdida a cada seis minutos. Os dados são do Portal da Transparência dos Cartórios de Registro Civil e mantêm o país entre os que mais registram casos no mundo.

Segundo o Ministério da Saúde, as doenças cardiovasculares — que incluem o AVC e o infarto — respondem por cerca de 30% das mortes anuais no país. Somente em 2024, o tratamento de pacientes com AVC custou ao sistema hospitalar mais de R$ 900 milhões, com mais de 85 mil internações, sendo que um em cada quatro pacientes precisou de leito de UTI.

Neste 29 de outubro, Dia Mundial do AVC, médicos reforçam um alerta que pode salvar vidas: oito em cada dez casos poderiam ser evitados com medidas simples, como controle da pressão arterial, prática regular de exercícios físicos, alimentação equilibrada e abandono do cigarro.

O AVC ocorre quando o fluxo de sangue para o cérebro é interrompido, o que pode acontecer de duas formas. No tipo isquêmico, responsável por cerca de 85% dos casos, há o entupimento de um vaso sanguíneo. Já no tipo hemorrágico, mais grave, um vaso se rompe e provoca sangramento dentro do tecido cerebral.

Jovens cada vez mais afetados

Antes associado principalmente a idosos, o AVC tem atingido cada vez mais adultos jovens. De acordo com a Sociedade Brasileira de AVC, a incidência do tipo isquêmico cresceu 66% entre brasileiros com menos de 45 anos na última década.

Especialistas apontam que o estilo de vida moderno tem contribuído para o aumento dos casos nessa faixa etária. Fatores como obesidade, sedentarismo, uso de cigarro eletrônico, consumo de anabolizantes e o uso combinado de anticoncepcionais e tabaco têm elevado o risco da doença.

Doenças cardíacas, estresse constante e noites mal dormidas também são fatores que aceleram o surgimento da hipertensão, diabetes e colesterol alto — condições que abrem caminho para o AVC cada vez mais cedo.

“Tempo é cérebro”

Os sintomas do AVC aparecem de forma repentina e exigem atendimento imediato. Entre os sinais de alerta estão: rosto torto, fraqueza em um dos lados do corpo, dificuldade para falar ou compreender, dor de cabeça intensa, tontura e perda de visão.

Profissionais de saúde reforçam o uso do teste “SAMU” para identificar rapidamente os sintomas:

Sorriso torto, Abraço fraco, Música (falar uma frase simples) e Urgência (ligar para o 192).

Cada minuto é vital. O tratamento deve começar em até quatro horas após o início dos sintomas, com uso de medicamentos que dissolvem coágulos ou procedimentos cirúrgicos para desobstruir vasos.

Diagnóstico e recuperação

O diagnóstico é feito por tomografia ou ressonância magnética. Mesmo após o evento, a reabilitação pode devolver qualidade de vida com fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional. O cérebro, dizem os médicos, tem uma capacidade de adaptação impressionante — mas o ideal é evitar que o primeiro AVC aconteça.

Com o controle da pressão arterial e hábitos saudáveis, especialistas afirmam que a maioria dos casos poderia ser evitada, reduzindo drasticamente as mortes e sequelas que ainda marcam milhares de famílias todos os anos.

Fonte: g1

Foto: Reprodução / EPTV

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