Um dia após o indiciamento dos donos e funcionários pela Polícia Civil, a cervejaria Backer concedeu uma entrevista coletiva nesta quatrta-feira (10) para contestar parcialmente o resultado da investigação. De acordo com a empresa, a culpa criminal apresentada no inquérito, que concluiu que 29 pessoas foram vítimas de intoxicação por cervejas produzidas pela marca, deveria ter sido expandida aos fornecedores da cervejaria.
Segundo a Backer, a responsabilização pela intoxicação deveria se estender devido a duas situações pontuais que aconteceram para o vazamento do dietilenoglicol: a primeira é que uma fornecedora de São Paulo teria vendido para a cervejaria monoetilenoglicol, mas repassou, na verdade, dietilenoglicol; a segunda é que o vazamento só teria acontecido porque houve um defeito na fabricação de um tanque, comprado em setembro do ano passado.
“Era um tanque novo, com garantia, instalado em setembro. Contaminou as pessoas porque houve um furo no tanque. A Backer não tem culpa de ter entrado o dietilenoglicol (pela empresa de São Paulo) e do vazamento do tanque”, argumentou Marcos Aurélio Souza Santos, um dos advogados da cervejaria.
Quatro advogados da Backer participaram da entrevista coletiva para defender a cervejaria dos resultados das investigações e informar que a empresa quer retomar as atividades para conseguir recursos para auxiliar as vítimas.
Ao todo, 11 suspeitos foram indiciados no inquérito, apresentado nessa terça-feira (9), que investiga a contaminação das cervejas. São dez funcionários e gestores da empresa pelos crimes de homicídio culposo – quando não há a intenção de matar -, lesão corporal culposa, intoxicação dolosa e omissão, de acordo com a participação de cada um. Uma testemunha foi indiciada por falso testemunho.