O setor minerário projeta que todas as barragens a montante em Minas Gerais serão extintas até 2035, embora a maioria das estruturas seja descaracterizada já até 2027. O levantamento foi feito com gestores de mineradoras, entidades e órgãos ambientais para uma série de reportagens que analisa o setor minerário brasileiro.
Após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, em 2019, Minas Gerais contava com 54 barragens desse tipo. Desde então, 21 foram completamente descaracterizadas, enquanto outras 33 ainda necessitam de descomissionamento. Segundo Julio Nery, diretor de assuntos minerários do Ibram, o processo de descaracterização é complexo e depende de cada estrutura, podendo se estender até 2035 no caso de barragens maiores, como a Forquilha III, em Ouro Preto.
O acordo firmado entre Ministério Público, Governo de Minas e órgãos de controle estabelece prazos específicos para cada barragem, considerando a complexidade do descomissionamento. Algumas áreas exigem restrições de acesso e operações realizadas com maquinário controlado remotamente.
Especialistas internacionais, como Emma Gagen, diretora de pesquisa do ICMM, apontam que a mineração brasileira segue boas práticas internacionais, muitas vezes superando exigências globais em gestão de rejeitos e descaracterização de barragens. Moradores das cidades mineradoras demonstram alívio com a eliminação gradual dessas estruturas, reforçando a importância da segurança e redução de riscos à população.
Crédito da imagem: Divulgação/Vale
Fonte: Itatiaia / Eloos