No último dia 27, a Heineken formalizou um grande anúncio muito comemorado por Minas Gerais: vai construir sua nova fábrica na cidade de Passos. Vale a pena compartilhar um pouco dos bastidores da jornada que nos trouxe até este momento.
Quando a Heineken nos comunicou sobre a desistência de construir sua nova fábrica em Pedro Leopoldo, nós ficamos de fato preocupados com a possibilidade de perder a fábrica para outro Estado. Imaginem o assédio dos outros Estado sobre a empresa nessa hora?
É nesses momentos críticos que a figura da liderança faz toda diferença. Assim que soube da decisão e foi informado do risco que tínhamos, o governador Romeu Zema foi pessoalmente à sede da empresa no Brasil para defender o projeto em Minas, ressaltando o quanto a criação de empregos é prioridade e assegurando que faríamos tudo o que estivesse ao nosso alcance para que a fábrica ficasse em algum dos nossos 853 municípios. A empresa sentiu firmeza, renovou a confiança e nos assegurou que buscaria outra localidade em Minas Gerais.
Aí começou a “corrida pela Heineken”. Foi impressionante como os municípios mineiros se mobilizaram e brigaram para conquistar a empresa. Ao todo, mais de 200 cidades enviaram propostas candidatando-se a receber a fábrica. A maior parte dessas propostas foi de excelente qualidade. A gente via que a turma estava dedicando muito trabalho e energia. A própria empresa nesse primeiro momento ficou de alguma forma assustada com “o tanto que Minas” queria a Heineken.
Mais do que a mobilização do poder público, foi uma mobilização da sociedade. Tive diversos dias em que minha agenda foi tomada das 8h às 20h para receber municípios que queriam falar sobre a fábrica da Heineken. Ora era o prefeito, ora o deputado da região, às vezes os vereadores, muitas vezes as associações comerciais. No meu WhatsApp eram centenas de mensagens por dia para tratar do mesmo assunto. Todos defendiam com argumentos muito consistentes por que sua cidade tinha tudo de que a empresa precisava.
Eu achei isso extraordinário. Sempre acreditei que não há jeito de as cidades se desenvolverem e de as pessoas terem uma vida melhor que não seja por um setor privado dinâmico, competitivo e que gere oportunidades. A mobilização de tanta gente em torno da atração de um projeto como este me mostrou que não estou sozinho. Tem muita gente no mundo que, assim como eu, acredita que a melhor política social é a geração de empregos.
Com todos que nos procuraram, nós, do governo do Estado, fomos sempre transparentes sobre como seria o processo de decisão: 1. nossa meta era que a empresa ficasse em Minas, não importasse onde; 2. nós asseguraríamos que a Heineken recebesse todas as informações e projetos que os municípios apresentassem; 3. a decisão seria exclusivamente da empresa, de acordo com seus critérios de negócio, sem nenhuma interferência política.
Assim foi rigorosamente feito. Eu não tenho dúvida que a Heineken seria feliz se escolhesse dezenas de cidades de Minas para construir sua fábrica. Temos um Estado de muitas potencialidades, com gente qualificada em diversas regiões. Passos foi a escolhida, coroando o trabalho de qualidade feito pelo município e em função de atender de forma mais próxima os critérios da empresa. Serão milhares de empregos que vão impactar todos os municípios da região.
Ficam os parabéns e o agradecimento a todos que se envolveram. E fica também o desafio aos municípios, ao Estado e à Invest Minas de canalizar toda essa energia para que possamos atrair muitas outras empresas para as nossas Minas Gerais e fazer crescer as empresas que já estão por aqui.
Fonte: O Tempo.