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Bebê tem doença rara que faz do sono um risco, e pais se revezam dia e noite no tratamento

Por Dentro De Tudo:

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Há sete meses, Higor Duarte e Steffany Kempes se revezam tomando conta do filho, Lian, enquanto ele dorme. O bebê tem uma doença rara que faz do sono um risco. A Síndrome de Ondine desativa o sistema cerebral que nos mantém respirando mesmo quando estamos inconscientes. 

Stefanny já carregava uma raridade: o tamanho da barriga. “O barrigão parava rua, eu passava e o pessoal ficava: ‘Meu Deus, quantas crianças tem aí?'”, lembra ela. 

A polidramnia – o excesso do líquido amniótico – é detectável em exame neonatal. A Síndrome de Ondine, não. A equipe médica não fazia ideia de que lidaria com um caso que aparece a cada 200 mil partos.

Foram seis meses até o diagnóstico confirmar a Síndrome de Ondine. Aí veio outra indefinição: a prefeitura de Niterói, no Rio de Janeiro, avisou que o respirador mecânico para o Lian chegaria em até três anos.

O casal só tinha conseguido o direito ao aparelho em casa com a ajuda da Defensoria Pública. Depois, foi outra batalha na Justiça, agora para obrigar o plano de saúde a cobrir o tratamento. 

Os dois organizaram uma vaquinha e conseguiram comprar o respirador e ir para casa. 

Um ventilador mecânico funciona como se fosse um diafragma. Os pais também prendem um monitor no pé do bebê para acompanhar o batimento cardíaco e a saturação no sangue dele. Essa máquina fica rodando o dia inteiro e, junto com o ar condicionado, faz com que a conta de luz chegue a R$1,5 mil. 

O menino de sete meses dorme tranquilo. Mas os pais ficam ligados no respirador mecânico. A falta de oxigênio no cérebro pode causar sequelas irreversíveis ou a morte.

“A gente não pode falhar. É uma questão de segundos”, diz Higor, que já deixa o carro embicado na direção da emergência.

O casal se mudou só para ficar perto do hospital. 

“Tem que sempre ter alguém olhando, porque ele não pode dormir em hipótese alguma sem o respirador”, conta a mãe. 

Todas as noites, os ponteiros do pai rodam das 20h às 3h da madrugada. O horário da mãe é das 3h às 9h. 

“Dá saudade de dormir junto. Dormir junto parece impossível hoje”, diz Higor.

Steffany e Higor se revezam também para cuidar do Ravi. Aos 3 anos, ele já aprendeu a vigiar a máscara e o monitor do irmão.

Fonte: Globo.

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