Pesquisa mostra que desidratação leve eleva níveis de cortisol, o “hormônio do estresse”, em situações de pressão
Um estudo publicado nesta terça-feira (23/9) pela Journal of Applied Physiology revelou que a baixa ingestão de água pode intensificar os sintomas de estresse e ansiedade. A pesquisa, conduzida pela Liverpool John Moores University (LJMU), no Reino Unido, concluiu que pessoas que consomem menos de 1,5 litro de líquidos por dia apresentam uma resposta de cortisol — o principal hormônio do estresse — mais de 50% superior em momentos de tensão, em comparação a quem segue as recomendações diárias de hidratação.
Segundo os pesquisadores, embora ambos os grupos avaliados tenham relatado níveis semelhantes de ansiedade e frequência cardíaca durante os testes, apenas os participantes com baixa ingestão de líquidos registraram aumento expressivo de cortisol salivar. O professor Neil Walsh, que liderou o estudo, destacou que “a reatividade exagerada do cortisol está associada a riscos maiores de doenças cardíacas, diabetes e depressão”.
Mecanismo do corpo
A explicação para o fenômeno está na vasopressina, hormônio liberado em situações de desidratação. Ele ajuda a conservar água nos rins, mas também influencia áreas do cérebro ligadas à resposta ao estresse, potencializando a liberação de cortisol. “Mesmo sem sensação intensa de sede, a urina mais escura e concentrada foi um indicativo de má hidratação entre os participantes”, apontou o pesquisador Daniel Kashi.
Recomendação dos cientistas
Os especialistas reforçam a importância de manter a ingestão diária recomendada — cerca de 2 litros de água para mulheres e 2,5 litros para homens. “Estar hidratado pode ajudar seu corpo a lidar melhor com situações de estresse. Ter uma garrafa de água por perto em momentos de pressão, como prazos ou apresentações, pode ser um hábito simples e eficaz”, concluiu Walsh.
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✍️ Texto: O Tempo Saúde e Bem-Estar