A Justiça decidiu que os bebês trocados em uma maternidade de Inhumas devem ser devolvidos às suas famílias biológicas após um período de quatro anos. Os dois meninos nasceram em outubro de 2021, e a troca foi descoberta quando um dos pais, desconfiado da paternidade, solicitou um exame de DNA.
Conforme a determinação judicial, a devolução das crianças será feita de maneira gradual, permitindo que elas continuem convivendo com ambas as famílias. O processo funcionará da seguinte forma: durante a semana, de segunda a sexta-feira, as crianças ficarão com os pais biológicos; no primeiro fim de semana do mês, elas estarão com Yasmin e Cláudio; no segundo fim de semana, ficarão com Isamara e Guilherme; no terceiro fim de semana, cada menino ficará na casa de seus pais biológicos; e no quarto fim de semana, retornarão aos pais socioafetivos, aqueles que os criaram. Os meninos completarão quatro anos no próximo dia 15, e, segundo a Justiça, as certidões de nascimento foram alteradas para incluir os nomes de ambos os pais e mães.
Os meninos nasceram em uma maternidade de Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia, com apenas 14 minutos de diferença. O filho de Yasmin e Cláudio nasceu às 7h35, e a mãe chegou a registrar um momento com o bebê ainda na maca, utilizando uma pulseira de identificação. Já o filho de Isamara e Guilherme nasceu às 7h49 em outro centro cirúrgico. Os partos foram realizados por equipes médicas distintas, e os bebês foram levados para uma sala onde os pais não puderam acompanhá-los devido à pandemia. O inquérito policial revelou que foi nessa sala que ocorreu a troca.
A suspeita de que houve troca começou após a separação de um dos casais, quando Cláudio Alves pediu um exame de DNA para confirmar a paternidade. Yasmin Kessia da Silva, sua ex-mulher, também desejou realizar o exame. O teste, realizado em 31 de outubro de 2024, revelou que o sangue da criança não era compatível com nenhum dos dois.
Yasmin recordou da outra família que estava no hospital no mesmo dia do nascimento e conseguiu contato através de um pastor. Após a comunicação, Isamara Cristina Mendanha e Guilherme Luiz de Souza também realizaram o exame de DNA, que confirmou a incompatibilidade. Todos os casais realizaram testes que demonstraram que as crianças que estavam com eles não eram seus filhos biológicos. Em dezembro de 2024, a polícia ouviu diversas testemunhas durante a investigação, que concluiu que a troca ocorreu dentro do berçário.
Crédito da foto: Gilmara Roberto. Fonte: g1.