Belo Horizonte e região metropolitana podem sofrer com racionamentos e falta de abastecimento hídrico, enquanto a obra da nova captação de água do rio Paraopeba não for concluída. Essa é a conclusão do relatório final da Comissão Especial de Estudo – Abastecimento Hídrico, da Câmara Municipal da capital, aprovado nesta quarta-feira (16). Por meio de nota, a Copasa afirmou que não há risco de desabastecimento no momento.
A captação do rio Paraopeba, que era fundamental para o abastecimento de várias cidades do entorno de Belo Horizonte, foi paralisada após o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, em janeiro de 2019.
Depois disso, a Vale se comprometeu a construir outra captação, a 12 km da original, mas a obra ficou atrasada em cinco meses. A previsão, neste momento, é que comece a operar em fevereiro de 2021. Segundo a mineradora, “a fase de comissionamento e testes deve iniciar-se ainda em dezembro de 2020, com a vazão inicial de 1.000 l/s, sendo aumentada gradualmente ao longo do mês de janeiro de 2021, até atingir a vazão nominal de 5.000 l/s em fevereiro”.
“O documento traz um resumo das nossas ações ao longo do ano e denuncia a falta de respostas de órgãos públicos e empresas aos nossos questionamentos”, afirmou a vereadora Bella Gonçalves (Psol), presidente da Comissão.
Os vereadores realizaram dez reuniões e enviaram nove pedidos de informações a diferentes órgãos, sendo que seis obtiveram resposta, dois não foram respondidos e um retorno chegou após o prazo definido pelos parlamentares.
Uma das respostas veio da Copasa. A empresa responsável pelo abastecimento das cidades da Grande BH afirmou que, nos últimos dois meses, devido às altas temperaturas e baixa umidade, houve um aumento de 15% no consumo médio de água na capital e região metropolitana, “o que causou certo desequilíbrio no macro sistema de distribuição e, por conseguinte, algumas ocorrências de falta de água em regiões pontuais de Belo Horizonte, como foi verificado nos bairros Alto Caiçara e Aglomerado da Serra”.
Para resolver o problema, a Copasa afirmou ter intensificado suas estratégias operacionais, com manutenções, obras emergenciais e aumento de bombeamento regionalizado. A empresa garantiu ainda que tem disponibilidade de água para toda a população até a conclusão da obra de captação do rio Paraopeba, devido ao grande volume de chuvas entre o final de 2019 e o início de 2020.