O Hospital Infantil João Paulo II, no Bairro Santa Efigênia, Região Leste de Belo Horizonte, atingiu 100% de ocupação dos leitos de internação neste domingo (23/1). Segundo a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), responsável por gerir a casa de saúde, o crescimento da demanda ocorreu em virtude da disparada de crianças com sintomas de síndrome respiratória.
O pronto atendimento do hospital passou a priorizar casos graves. “A rede de urgência do município já foi informada da medida, necessária para estabelecer a garantia de assistência aos pacientes admitidos anteriormente”, lê-se em trecho de nota emitida pela Fhemig.
O Estado de Minas procurou a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para saber como os pais e responsáveis devem agir diante da medida de contenção adotada no João Paulo II. O poder Executivo mencionou o funcionamento das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) por 24h nos sete dias da semana, com espaço para atendimento pediátrico.
Vale lembrar, também, que em todas as regionais da capital, há um centro de saúde funcionando em horário ampliado e aos fins de semana para suportar a demanda crescente. Aos sábados, domingos e feriados, porém, os postos não têm atendimento específico a crianças. Neles, a pediatria funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h.
“O município monitora diariamente as situações de cada unidade de saúde, agindo pontualmente de forma a garantir o atendimento e qualquer agravamento será tratado de forma devida, com o objetivo de preservar vidas”, assegurou a Secretaria de Saúde de BH.
O aumento das crianças com quadros respiratórios ocorre em meio à subida nos casos de Influenza e ao avanço da variante Ômicron da COVID-19 em Minas. Para conter a pandemia, as autoridades sanitárias depositam fichas na vacinação infantil. Nesta segunda-feira (24/1), o governo mineiro inicia o envio de 400 mil doses da CoronaVac aos municípios.
Entre ontem e hoje, Minas Gerais registrou 15.227 contaminações pelo coronavírus. Desde o início da pandemia, ocorreram 2.505.003 infecções e 56.962 mortes.
Bolsonaro minimizou COVID-19 em crianças
Ontem, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, sem comprovação estatística, que o número de crianças mortas por COVID-19 no Brasil é “insignificante”.
“Se você analisar, 2020 e 2021, mesmo na crise do coronavírus, ninguém ouviu dizer que estava precisando de UTI infantil. Não teve. Não tivemos. Eu desconheço criança baixar no hospital. Algumas morreram? Sim, morreram. Lamento profundamente, tá? Mas é um número insignificante e tem que se levar em conta se ela tinha outras comorbidades também”, falou, em Eldorado (SP).
Em que pese a declaração de Bolsonaro a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), grupo técnico do Ministério da Saúde, apontou, em dezembro, que 1.449 crianças já haviam morrido em virtude do coronavírus.
Comunicado da Fhemig sobre a situação do Hospital João Paulo II
“A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) informa que em razão da ocupação de 100% dos leitos do Hospital Infantil João Paulo II (HIJII) devido à alta demanda de quadros respiratórios, o pronto atendimento passou a priorizar os casos graves a partir deste domingo (23/1).
A rede de urgência do município já foi informada da medida, necessária para estabelecer a garantia de assistência aos pacientes admitidos anteriormente”.