Em Belo Horizonte, 47% dos leitos de enfermaria e UTI somados estão ocupados com pacientes que vêm de outras cidades. A capital é referência para os municípios que não possuem estrutura. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a ocupação dos leitos de UTI chega a 87%.
Por causa disso, a espera por uma vaga em um hospital de Belo Horizonte tem ficado mais longa. A mãe de Tiago Carlos está internada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana da capital. Ela precisa de UTI, o que não há em sua cidade. “Ela já é uma paciente hipertensa, ela já está numa idade elevada, ela é grupo de risco e já está esperando um leito de UTI há três dias já. Então, assim, o tempo que nós temos é muito precioso. Porque, a qualquer momento, ela pode evoluir mal e acontecer o pior”, disse Tiago.
Várias cidades da região metropolitana dizem que a espera por uma vaga em hospitais de Belo Horizonte chega a cinco dias.
A Prefeitura de Belo Horizonte anunciou que vai comprar leitos de uti em hospitais particulares. Porém a ocupação na rede privada chega a 90%, segundo a associação que representa os hospitais. A preocupação é com a possibilidade do sistema de saúde da capital mineira entrar em colapso. “Se a gente não conseguir comprar leitos privados e se a gente não conseguir respiradores no estado, para abrir mais leitos nos hospitais filantrópicos e públicos, e se as pessoas não se conscientizarem da necessidade do distanciamento social, do uso da máscara e da higienização, pode ser que sim, haja um colapso, que nós estamos fazendo de tudo pra evitar”, disse o Secretário Municipal de Saúde, Jackson Pinto.
