Cerca de 1,4 mil profissionais de saúde estão afastados por suspeita ou confirmação de Covid-19 nos centros de saúde e UPAs de Belo Horizonte. O levantamento foi feito pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindibel), nas últimas duas semanas, e divulgado nesta sexta-feira (21).
De acordo com a entidade, o surto de Influenza, somado a disseminação da variante mais contagiosa do coronavírus, a Ômicron, contribuíram para essa situação. Segundo a entidade, a percepção dos trabalhadores é de um novo colapso do atendimento nestas unidades de saúde, que são a porta de entrada para os atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS).
“A situação é preocupante porque na medida que a gente tem menos profissionais pra atender a população, temos um aumento significativo dos casos de Covid. Esse aumento de demanda, além de sobrecarregar o profissional, gera a insatisfação e reflete no atendimento ao usuário, o que é compreensível”.
Nesta sexta-feira (21), o sindicato notificou extrajudicialmente diversas autoridades municipais e estaduais, do Executivo e Legislativo, além dos conselhos profissionais, Ministério Público e Conselhos de Saúde de Minas Gerais. Segundo o coordenador administrativo do Sindibel, Israel de Moura, na notificação, o sindicato alerta para a impossibilidade de atendimento de todas as demandas resultantes da terceira onda da Covid-19 na capital.
“Fizemos a notificação, mostrando que a situação é essa e apresentamos algumas sugestões. Não existe uma solução mágica, exitem medidas que podem reduzir danos. Se nada for feito e ocorrer algum erro, não venha colocar a responsabilidade nos profissionais de saúde”. Alertou.
Outro problema anunciado por Moura é que, no final do ano passado, o município encerrou cerca de 700 contratos de profissionais da saúde, e que apenas 400 foram renovados.
O coordenador também declara que a capital registra um recorde histórico de atendimentos de pessoas com síndrome gripal desde o início da pandemia. Segundo ele, dados dos boletins epidemiológicos da PBH mostram que, entre os dias 25 de dezembro de 2021 e 18 de janeiro de 2022, a incidência de Covid-19 na população da capital aumentou de 16,2 casos por 100 mil habitantes, para 334,2 casos por 100 mil habitantes, um aumento de 1.925% em 25 dias.
Ele ainda aconselha que a população só vá às unidades de saúde em casos de urgência, pois, além da demora no atendimento, o cidadão corre o risco de voltar contaminado para casa.
O Hoje em Dia procurou o governo do Estado e a Prefeitura de Belo Horizonte para comentar o caso e aguardo retorno.
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