‘Bola de fogo’ assusta moradores e intriga especialistas em cidades de Minas

Por Dentro De Tudo:

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Na noite de quarta-feira (14), moradores de várias cidades mineiras foram surpreendidos por uma impressionante “bola de fogo” cortando o céu. O fenômeno luminoso foi registrado em vídeo e rapidamente se espalhou pelas redes sociais, gerando curiosidade e especulações. A explicação, segundo especialistas, está no espaço: tratava-se de um lixo espacial.

De acordo com a Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon), o objeto era parte do foguete Falcon 9, lançado pela empresa norte-americana SpaceX em agosto de 2014. A peça — um estágio do foguete — passou quase 11 anos orbitando a Terra antes de reentrar na atmosfera e se desintegrar.

Avistamentos em várias cidades

A maioria dos registros foi feita em municípios do Norte de Minas, como Montes Claros, Araçuaí, Jacuri, Capelinha, Itamarandiba, Minas Novas e Icaraí de Minas, mas também há relatos em cidades da Bahia e do Distrito Federal.

As imagens mostram um rastro brilhante se movendo lentamente pelo céu, o que levou à suspeita de que fosse um meteoro. No entanto, o astrônomo Renato Las Casas, da UFMG, descartou essa possibilidade.

“Pelo fato do objeto estar em baixa velocidade, descarto que seja um meteoro. A explicação mais provável é que se trata de lixo espacial”, afirmou.

O que é lixo espacial?

Segundo os especialistas, lixo espacial é qualquer objeto feito pelo homem que está em desuso na órbita terrestre. Pode ser desde um parafuso até um satélite ou uma peça de foguete. O atrito com a atmosfera faz esses objetos se aquecerem e entrarem em combustão, gerando o efeito luminoso.

“Esse provavelmente era um objeto grande. A luz intensa é resultado do atrito, que faz o material pegar fogo e se fragmentar”, explica Las Casas.

Trajetória de 1.500 km em 4 minutos

A Bramon informou que o objeto percorreu cerca de 1.500 quilômetros em quatro minutos, a uma velocidade entre 6 e 7 km por segundo. O item foi identificado como o estágio do foguete Falcon 9, usado na missão que colocou em órbita o satélite AsiaSat 8, destinado à região Ásia-Pacífico.

Mesmo sem causar riscos à população, a passagem chamou a atenção pelo espetáculo raro e impressionante.

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