Bolsonaro no STF: veja os principais pontos da fala do ex-presidente a Moraes

Por Dentro De Tudo:

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento nesta terça-feira (10) ao Supremo Tribunal Federal (STF), negando qualquer envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Durante a oitiva, conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro se defendeu das acusações formuladas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que o aponta como líder de uma organização criminosa com objetivo de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro afirmou que não editou a chamada “minuta do golpe” e que não havia clima, base política ou militar para qualquer medida de ruptura. “Não tinha clima, não tinha oportunidade, não tínhamos base minimamente sólida para fazer qualquer coisa”, declarou.

críticas às urnas e pedido de desculpas

O ex-presidente voltou a questionar o sistema eleitoral brasileiro, alegando que sua postura crítica às urnas eletrônicas remonta a 2012. Para justificar sua retórica, leu declarações antigas de figuras da esquerda, como o ministro do STF Flávio Dino e o presidente do PDT, Carlos Lupi, que também já haviam feito críticas ao sistema eletrônico de votação.

Durante o depoimento, Bolsonaro também pediu desculpas ao ministro Alexandre de Moraes por acusações feitas em uma reunião ministerial — gravação encontrada no computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens. Na ocasião, ele mencionou valores milionários supostamente recebidos por ministros do STF. “Não tem indício nenhum, senhor ministro. Era um desabafo, uma retórica. Me desculpe”, disse.

tentativa de descontrair

Apesar do tom sério do depoimento, houve momentos de descontração. Bolsonaro chegou a brincar com Moraes: “Quer ser meu vice?”, ao que o ministro respondeu: “Eu declino”.

O ex-presidente também justificou por que não participou da cerimônia de posse e passagem de faixa presidencial a Lula, em janeiro de 2023. Segundo ele, quis evitar uma vaia histórica. “Não ia me submeter à maior vaia da história do Brasil”, afirmou.

atos de 8 de janeiro e intervenção militar

Bolsonaro repudiou a ideia de que os atos de 8 de janeiro de 2023 tenham sido um golpe, e criticou a rigidez das punições impostas a manifestantes já condenados. “Aquilo não é golpe, não foi encontrada uma arma de fogo sequer. Cem ônibus chegaram no setor militar urbano e foram embora logo depois da baderna”, disse.

Sobre as manifestações que pediam intervenção militar, Bolsonaro se defendeu: “Tem os malucos que ficam com essa ideia de AI-5… os chefes das Forças Armadas jamais iam embarcar nisso.”

Ele também negou que o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, tenha oferecido tropas para apoiá-lo, rebatendo afirmação anterior do ex-comandante da Força Aérea Batista Júnior.

defesa, denúncia e julgamento

O ministro Alexandre de Moraes negou pedido da defesa de Bolsonaro para exibir 11 vídeos com críticas antigas ao sistema eleitoral feitas por outros políticos. Bolsonaro, então, leu trechos dos conteúdos vetados.

A PGR aponta Bolsonaro como o líder de um grupo que agiu para desestabilizar a democracia brasileira. A acusação menciona a estratégia de desacreditar as urnas, influenciar militares e esconder a conclusão das Forças Armadas de que não havia indícios de fraude eleitoral. Também é citada sua suposta ciência sobre um plano para assassinar autoridades, incluindo Lula, Moraes e Alckmin, o chamado “Punhal Verde e Amarelo”.

A defesa de Bolsonaro, representada pelo advogado Celso Vilardi, alega que os crimes apontados são “impossíveis”, uma vez que o ex-presidente era o chefe de governo legitimamente eleito na época. Bolsonaro afirma ser alvo de “acusações infundadas” e diz estar sendo vítima de um “teatro processual”.

📷 Foto: Fellipe Sampaio / STF

📰 Fonte: O Tempo

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