O mercado automotivo brasileiro registrou, entre julho e setembro de 2025, o melhor desempenho desde 2019. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (2) pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), foram emplacados 1.910.519 veículos novos, incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. O resultado representa um crescimento de 2,79% em relação ao mesmo período de 2024, quando 1,8 milhão de unidades foram vendidas, e de 17,28% na comparação com 2023, quando 1.629.075 veículos foram emplacados. O desempenho só não superou o de 2019, ano anterior à pandemia da Covid-19, quando 2.029.464 veículos novos chegaram às ruas.
Entre os segmentos, os automóveis alcançaram 1.411.116 emplacamentos no trimestre, registrando alta de 3,05% em relação ao ano passado. Em setembro, foram 178.548 unidades, crescimento de 3,65% frente a agosto e de 4,02% em comparação ao mesmo mês de 2024. Os comerciais leves somaram 396.322 unidades emplacadas, aumento de 4% em relação a 2024. Apenas em setembro, o segmento registrou 52.822 veículos, número 25,14% superior ao mês anterior e 3,40% acima do resultado de setembro do ano passado. Já caminhões e ônibus somaram 103.081 emplacamentos no trimestre, o que representou queda de 4,72% frente a 2024. Apesar disso, em setembro houve reação, com 11.895 unidades registradas, aumento de 9,55% em relação a agosto, embora tenha havido retração de 12,54% frente ao mesmo mês do ano anterior. Somados, automóveis e comerciais leves — os principais segmentos de vendas — apresentaram alta de 3,26% no trimestre.
A Fenabrave também revisou as projeções para 2025, estimando crescimento de 2,6% no total de vendas, com 2.702.233 veículos emplacados ao longo do ano. A revisão prevê crescimento de 3% para automóveis e comerciais leves, totalizando 2.559.345 unidades, retração de 7% no setor de caminhões, com previsão de 113.552 unidades, e aumento de 6% nos ônibus, alcançando 29.336 veículos. Para as motocicletas, a expectativa é de forte alta, de 15%, atingindo 2.157.288 unidades.
Segundo a economista Tereza Fernandez, responsável pelas projeções macroeconômicas da Fenabrave, a principal preocupação para o setor está ligada às incertezas no cenário internacional. Ela apontou a volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos como um fator que pode impactar diretamente o comércio mundial. “Até o momento seguem as incertezas de que alíquotas de Donald Trump serão aplicadas efetivamente. Ele já está atrapalhando o mercado internacional e vai provocar uma diminuição no comércio internacional”, destacou.
Foto: Roosevelt Cassio/Reuters
Fonte: g1