A tensão entre Brasil e Estados Unidos deve se intensificar nos próximos dias, após novas medidas do presidente norte-americano Donald Trump, que podem afetar diretamente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a economia brasileira. O governo Lula acompanha com preocupação a possível elevação da tarifa de importação de 50% já anunciada por Trump, prevista para entrar em vigor a partir de 1º de agosto.
Segundo o jornalista Valdo Cruz, do G1, não há sinal de que o governo dos EUA esteja disposto a retomar as negociações. Um dos negociadores brasileiros afirmou que a próxima semana será “decisiva” e que, no atual cenário, o máximo que pode ser alcançado é um adiamento das sanções. “A prorrogação do prazo pode ser o mínimo a ser conquistado neste momento”, disse a fonte.
Sem avanços diplomáticos, o governo brasileiro acionou grandes empresas norte-americanas para tentar influenciar Trump a reconsiderar a medida. No entanto, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, reforçou que as tarifas serão aplicadas globalmente a partir de agosto, embora tenha deixado em aberto a possibilidade de continuidade das negociações.
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta investigações no STF, asseguram que novas sanções contra ministros da Corte e o governo brasileiro serão impostas. Até o momento, oito ministros do STF tiveram seus vistos de entrada nos EUA revogados. Apenas Nunes Marques, André Mendonça e Luiz Fux não foram afetados.
A equipe do presidente Lula interpreta as ações de Trump como uma tentativa de favorecer politicamente Bolsonaro, principalmente na disputa narrativa sobre liberdade de expressão e regulação das big techs no Brasil. Em resposta, o governo já cogita acionar a Lei de Reciprocidade e aplicar medidas contra as empresas de tecnologia norte-americanas.
“O presidente Lula deixou claro que, se necessário, a taxação das big techs será colocada em prática”, afirma o colunista.
Foto: Annabelle Gordon/Reuters
Fonte: G1 – Valdo Cruz
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