O Brasil enfrenta um desafio significativo com o número de partos prematuros, que atinge quase 300 mil casos em 2024, conforme dados do Ministério da Saúde. Esse total representa 12% dos nascimentos no país, superando a média mundial de 10%. Um bebê é considerado prematuro quando nasce antes das 37 semanas de gestação, e a Organização Mundial da Saúde classifica a prematuridade em três níveis: moderada, severa e extrema.
A série de reportagens “Prematuros: Quando o Amor Chega Mais Cedo”, da TV TEM, aborda essa questão. No Hospital da Criança e Maternidade (HCM) de Rio Preto, interior de São Paulo, 452 bebês prematuros nasceram apenas no primeiro semestre deste ano. A unidade possui a maior UTI neonatal da região, com 62 leitos destinados a esses pequenos pacientes.
O cuidado com os recém-nascidos prematuros é realizado por profissionais da neonatologia, que desempenham um papel crucial desde o momento do parto. A neonatologista Gabriella Farto destaca a importância de ter uma equipe capacitada na sala de parto, pois a presença de um neonatologista pode influenciar significativamente o prognóstico e a evolução do bebê até a alta hospitalar.
Na UTI, uma equipe multidisciplinar se dedica 24 horas por dia para garantir que os bebês, que ainda deveriam estar no útero, consigam se desenvolver adequadamente nas incubadoras. Gabriella Farto ressalta os desafios enfrentados, como o desenvolvimento incompleto dos pulmões e do sistema neurológico, além da necessidade de uma alimentação adequada e cuidados com a função renal.
O ambiente da UTI neonatal é cuidadosamente controlado, com temperatura e umidade ajustadas para simular as condições do útero materno. Monitores acompanham os sinais vitais dos bebês em tempo real, e a rotina inclui diversos exames e procedimentos médicos. A equipe é composta por fisioterapeutas, enfermeiros, neurologistas, oftalmologistas, radiologistas, fonoaudiólogos, nutricionistas e psicólogos, que trabalham em conjunto para definir os melhores tratamentos.
Os fisioterapeutas, como Daniele Carolina Marciano, desempenham um papel importante na respiração e na posição dos bebês dentro das incubadoras, buscando simular o ambiente do útero. Além disso, o acompanhamento oftalmológico é fundamental, pois os vasos da retina dos bebês prematuros só completam sua formação após 40 semanas de gestação, e a retinopatia da prematuridade pode levar a sérios problemas de visão.
A fase da prematuridade é também marcada pelo rápido desenvolvimento cerebral. Com os avanços na medicina e o trabalho das equipes multidisciplinares, as chances de sobrevivência aumentaram, permitindo que muitos bebês cresçam sem sequelas. A neuropediatra Débora de Cássia Tomaz observa que, embora os riscos de transtornos neurológicos sejam maiores em bebês com menor idade gestacional e peso ao nascer, as tecnologias atuais têm contribuído para uma maior sobrevida dos prematuros.
Reportagem e apresentação: Gridânia Brait. Imagens: Eduardo Durú, Francisco Braúna, João Serantoni e Cuca Sereguetti. Edição de imagem: Mônica Silva. Edição de arte: Guilherme Orsi. Edição de texto: Juliana Barriviera e Gridânia Brait. Edição de texto web: Eric Mantuan. Fonte: g1. Crédito da foto: Reprodução/TV TEM.



















