O Brasil registrou 1.187 óbitos maternos em 2024, ocorridos durante a gestação, no parto ou até 42 dias após o nascimento do bebê, segundo dados preliminares do Ministério da Saúde. Em Minas Gerais foram 98 mortes, enquanto a região Sudeste concentrou 394 casos, sendo 184 em São Paulo. A maioria dessas mortes foi causada por hipertensão (como pré-eclâmpsia e eclâmpsia), hemorragias, infecções e complicações no parto, condições que poderiam ser evitadas com atendimento rápido e cuidados adequados desde o pré-natal.
A falta de assistência qualificada não afeta apenas as mães, mas também os recém-nascidos, que enfrentam risco aumentado de mortalidade e complicações quando as gestantes não recebem o acompanhamento necessário.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça a importância do tema na campanha do Dia Mundial da Segurança do Paciente, celebrado em 17 de setembro, destacando a prevenção de riscos evitáveis para mães e bebês. A entidade aponta que cerca de 287 mil mulheres morrem todos os anos no mundo por causas relacionadas à gestação e ao parto, a maioria em países de baixa e média renda. O cenário compromete o cumprimento da meta 3.1 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que prevê reduzir a taxa global de mortalidade materna para menos de 70 por 100 mil nascidos vivos até 2030.
Para especialistas, o dado evidencia a fragilidade dos sistemas de saúde e a necessidade de protocolos claros, investimentos e procedimentos acessíveis. “O cuidado começa no primeiro atendimento da gestação até o pós-parto e cada etapa exige atenção qualificada e protocolos bem definidos. Quando a instituição adota padrões claros e seguros, o cuidado deixa de depender do improviso e passa a ser confiável, eficaz, humano e salva-vidas”, afirma Gilvane Lolato, gerente de Operações da ONA.
Apesar do desafio da mortalidade materna, o Brasil registrou em 2024 o menor número de óbitos fetais e infantis da história recente: foram 35.450, contra 37.952 em 2023 e 38.540 em 2022. A queda de 8,02% em dois anos é atribuída a avanços em campanhas de vacinação, incentivo ao aleitamento materno, ampliação do pré-natal e acompanhamento pediátrico.
As principais causas de óbitos infantis ainda incluem síndrome da morte súbita na infância, fatores maternos e perinatais, asfixia, infecções, desnutrição, anemias nutricionais, doenças imunizáveis, malformações congênitas e causas externas. Muitas delas, segundo especialistas, poderiam ser evitadas com assistência adequada, fortalecimento da atenção básica e melhorias no atendimento hospitalar.
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Fonte: LN Comunicação