O Censo Demográfico de 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que o Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com deficiência, o equivalente a 7,3% da população com 2 anos ou mais de idade. O levantamento considera aqueles que possuem impossibilidade ou grande dificuldade para enxergar, ouvir, andar, manusear objetos ou, por limitações mentais, enfrentam dificuldades para se comunicar, cuidar de si, trabalhar ou estudar.
Segundo o IBGE, a pesquisa é baseada na autodeclaração das pessoas entrevistadas. A metodologia utilizada em 2022 é diferente da empregada no Censo de 2010, o que impede a comparação direta dos dados. Entre as novidades da atual edição está a inclusão de perguntas sobre deficiências motoras dos membros superiores.
Do total de pessoas com deficiência no país, 8,3 milhões são mulheres (8,1% da população feminina) e 6,1 milhões são homens (6,4% da população masculina). Os dados também mostram que:
- 7,9 milhões têm dificuldades para enxergar;
- 5,2 milhões têm dificuldade para andar ou subir degraus;
- 2,7 milhões têm dificuldade para manusear objetos;
- 2,6 milhões têm dificuldade para ouvir;
- 1,4 milhão relatam limitações mentais que geram dificuldades funcionais.
Além disso, 2% da população possuem duas ou mais deficiências. A prevalência aumenta com a idade: entre 2 e 14 anos, varia de 1,4% a 2,8%, superando os 10% a partir dos 55 anos e atingindo mais de 50% entre os maiores de 90 anos.
A análise por cor e raça mostra maior prevalência entre pessoas pretas (8,6%), seguidas por indígenas (7,9%), pardas (7,2%), brancas (7,1%) e amarelas (6,6%).
Diagnóstico de autismo
O Censo também identificou que 2,4 milhões de brasileiros foram diagnosticados com transtorno do espectro autista (TEA), o equivalente a 1,2% da população. A prevalência é maior entre homens (1,5%) do que entre mulheres (0,9%).
As faixas etárias com maiores índices de TEA são:
- 5 a 9 anos (2,6%);
- até 4 anos (2,1%);
- 10 a 14 anos (1,9%);
- 15 a 19 anos (1,3%).
Para a pesquisadora Luciana Alves, do IBGE, o maior número de diagnósticos entre crianças se deve ao aumento do acesso e da abrangência dos critérios para identificar o autismo.
Em relação à raça/cor, a prevalência do TEA é maior entre brancos (1,3%), amarelos (1,2%), pretos e pardos (1,1%) e indígenas (1,9%). No entanto, apenas pessoas com TEA que enfrentam grandes limitações físicas ou mentais são classificadas como pessoas com deficiência no Censo.
Distribuição regional
O Nordeste lidera em todos os tipos de deficiência, com 8,6% da população declarando algum tipo de limitação — único índice regional acima da média nacional. A região também registra a maior proporção de pessoas com duas ou mais deficiências (2,4%).
Já as demais regiões apresentam os seguintes percentuais: Norte (7,1%), Sudeste (6,8%), Sul (6,6%) e Centro-Oeste (6,5%).
No que diz respeito à presença do autismo, a maior prevalência está nos estados do Acre (1,6%), Amapá (1,5%), Ceará (1,4%), Rondônia, Espírito Santo e Rio de Janeiro (1,3%). A maior parte dos estados, porém, está entre 1% e 1,2%.
Domicílios com pessoas com deficiência
Em 2022, 16% dos domicílios brasileiros tinham pelo menos uma pessoa com deficiência. Esse número sobe para 19,3% em casas sem banheiro ou esgotamento sanitário e chega a 18% em residências sem ligação com a rede geral de água. Domicílios com pelo menos um morador com TEA representam 2,9% do total do país.
Foto: Marcello Casal Jr e José Cruz / Agência Brasil
Fonte: Agência Brasil / IBGE
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