Brasil tem 59 notificações de intoxicação por metanol, e Ministério da Saúde amplia estoque de etanol farmacêutico para o país

Por Dentro De Tudo:

Compartilhe

O Brasil registrou 59 notificações de intoxicação por metanol até a tarde desta quinta-feira, 2 de outubro, conforme informou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante uma coletiva de imprensa. Dentre essas notificações, 53 são do estado de São Paulo, 5 do estado de Pernambuco e 1 do Distrito Federal. O ministro anunciou que foi estabelecido um estoque de etanol farmacêutico nos hospitais universitários federais e que serão adquiridas mais 4.300 ampolas para que estejam disponíveis em centros de referência ou unidades de saúde que não possuam esse recurso.

O etanol farmacêutico atua como antídoto, impedindo que o metanol seja convertido em ácido fórmico, uma substância ainda mais nociva. O ministro destacou que já existe um estoque desse produto e que está sendo ampliado. Ele também mencionou que vários estados já possuem esse produto disponível e que, caso estados ou secretarias municipais não tenham, podem acionar os estoques concentrados nos hospitais universitários.

Além disso, Padilha informou que está sendo feita uma orientação para os gestores municipais e estaduais sobre como acessar o etanol farmacêutico. A Anvisa mapeou 604 farmácias no Brasil que já produzem etanol farmacêutico e irá estabelecer algumas delas como referência em todas as capitais dos estados para uma resposta mais rápida aos pedidos dos gestores.

O ministro também anunciou a instalação, em Brasília, de uma “sala de situação” para monitorar os casos crescentes de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas e coordenar as medidas a serem adotadas. A equipe técnica da sala será composta por representantes dos ministérios da Saúde, Justiça e Segurança Pública, Agricultura e Pecuária, além de conselhos de saúde e secretarias de Saúde de São Paulo e Pernambuco.

No estado de São Paulo, o número de notificações de intoxicação por metanol subiu de 45 para 52, segundo balanço da Secretaria Estadual de Saúde. Até o momento, uma morte foi confirmada após o consumo de bebida adulterada, e outras cinco estão sob investigação. Os casos confirmados incluem 10 casos com laudo atestando a presença de metanol e 36 casos que estão sob investigação.

O metanol é um álcool utilizado industrialmente em solventes e outros produtos químicos, sendo altamente perigoso quando ingerido. Ele ataca o fígado, que o transforma em substâncias tóxicas que podem comprometer a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo resultar em cegueira, coma e até morte.

As autoridades não divulgaram oficialmente a identidade das vítimas, mas algumas histórias de pessoas afetadas pelo consumo de bebidas adulteradas foram relatadas. Entre elas, Rafael Anjos Martins, de 28 anos, que está em coma após consumir gin em uma adega na Cidade Dutra, em São Paulo. Radharani Domingos, de 43 anos, perdeu a visão após consumir caipirinhas em um bar na Alameda Lorena, enquanto Bruna Araújo de Souza, de 30 anos, foi internada após consumir vodca em um show em São Bernardo do Campo.

Esses casos ressaltam a gravidade da situação e a necessidade de medidas eficazes para prevenir intoxicações por metanol no Brasil.

Crédito da foto: g1. Fonte: g1.

Encontre uma reportagem