No estádio do pentacampeonato mundial, o Brasil se sagrou bicampeão olímpico. A seleção brasileira derrotou a Espanha por 2 a 1 na manhã deste sábado (7) e conquistou a medalha de ouro dos Jogos de Tóquio.
A partida foi disputada no Estádio Internacional de Yokohama, onde Ronaldo fez dois gols contra a Alemanha em 2002 para dar ao Brasil seu quinto título de Copa do Mundo.
Os gols da final olímpica foram marcados por Matheus Cunha e Oyarzabal, no tempo normal, e de Malcom, na prorrogação, gol que garantiu a conquista brasileira.
A vitória representa a sétima medalha de ouro obtida pelo país nas Olimpíadas e a terceira conquistada no mesmo dia. Também neste sábado (pelo horário do Japão), Isaquias Queiroz venceu na canoagem e Hebert Conceição fez o mesmo no boxe.
O resultado da seleção representa uma hegemonia no futebol masculino olímpico. Na Rio-2016, a equipe também havia sido ouro ao passar pela Alemanha na final. Era o fim de um trauma porque, até então, o Brasil havia colecionado eliminações traumáticas e três derrotas no jogo de definição do ouro.
Dentro de sua escola de futebol das últimas décadas, a Espanha tentou ter mais a posse de bola do que o adversário. Depois de 15 minutos, tinha 62%. Mas não sabia muito bem o que fazer com ela.
A única chance criada pela seleção europeia foi em jogada que Oyarzabal desviou de cabeça e, após dividida, Diego Carlos salvou em cima da linha.
Aos poucos, a equipe de André Jardine, que se irritou com o árbitro Chris Beath, da Austrália, por acreditar que ele deixava os espanhóis “apitarem o jogo”, tomou conta da decisão.
Os lançamentos longos para explorar a velocidade de Richarlison não deram certo, então o Brasil começou a trocar passes com maior velocidade e rondou a área do rival. Teve problemas para criar grandes oportunidades, pelo menos até os acréscimos do primeiro tempo, mas também não foi mais ameaçado.
Artilheiro das Olimpíadas, Richarlison fez cinco gols na fase de grupos. A fonte parece ter secado no mata-mata. Beath tentou ajudar ao marcar, com a ajuda do VAR, um duvidoso pênalti cometido pelo goleiro Unai Simón. O atacante do Everton (ING) cobrou e mandou por cima.
Criticado em alguns momentos por perder oportunidades demais durante a competição, Matheus Cunha foi quem tirou Richarlison do sufoco. Uma inversão de papéis em relação ao que aconteceu na fase inicial. O jogador do Hertha Berlim abriu o placar aos 47, em lance que os zagueiros da Espanha apenas o observaram dominar na área e finalizar para o gol.
Com contratura na coxa, Cunha não atuou na semifinal diante do México, na última terça-feira (3), e voltou a ficar à disposição para a final.
Tratou-se em três períodos todos os dias desde então para poder atuar na partida que valeria a medalha de ouro.
O técnico Luis de la Fuente Castillo fez duas substituições no intervalo que fizeram a Espanha equilibrar o confronto. As entradas dos meias Soler e Bryan Gil deram mais força ofensiva à equipe, que empurrou o Brasil para trás. O empate chegou aos 14, quando Soler cruzou para Oyarzabal completar de primeira.
Quando isso aconteceu, a partida poderia já estar definida. Richarlison teve grande chance para fazer o 2 a 0, mas a bola, após desviar no goleiro Simon, bateu no travessão.
Foi o erro que mudou o segundo tempo porque, a partir dali, a Espanha não apenas empatou, como acertou duas bolas no travessão com Bryan Gil.
Ao final dos 90 minutos, não era difícil apostar que o Brasil teria superioridade física contra o rival. Havia jogado prorrogação apenas na semi, diante do México. A Espanha também havia passado para a decisão precisando de 120 minutos, mas contra o Japão. Havia feito o mesmo nas quartas de final, ao passar pela Costa do Marfim.
O desgaste espanhol e a entrada de Malcolm no lugar de Matheus Cunha deu aos sul-americanos uma velocidade que havia sido perdida durante o tempo regulamentar.