O que leva um brasileiro a atravessar o mundo e se arriscar em uma guerra que não é a sua? Esse foi o caso de Marcelo* (nome fictício), de 28 anos, morador de Formosa, em Goiás. Ele descobriu que seria pai pela segunda vez um dia antes de embarcar para a Ucrânia, mas mesmo assim manteve os planos. “Já estava com a passagem comprada”, contou.
Marcelo foi um dos brasileiros que aceitaram a promessa de altos salários oferecidos em grupos de WhatsApp, Telegram e Instagram. Segundo ele, a oferta era de até 5 mil dólares mensais — o equivalente a mais de R$ 25 mil. No entanto, a realidade encontrada nas trincheiras foi muito diferente: os voluntários precisavam comprar seus próprios equipamentos e se viravam em meio a uma rotina de extremo risco.
O brasileiro afirma que desembolsou R$ 16 mil para se alistar e viajar, mas voltou arrependido. “Gastei R$ 16 mil, mas voltei com vida”, disse em entrevista à GQ Brasil, destacando que a propaganda digital tem atraído conterrâneos para um conflito marcado por perdas, promessas não cumpridas e o peso psicológico de sobreviver em um cenário de guerra.
*Nome fictício usado para preservar a identidade do entrevistado.
Foto: Pexels / Reprodução
Fonte: GQ Brasil