Brasileiros têm atravessado a Ponte da Amizade, que liga o Brasil ao Paraguai, em busca de motos a preços até 50% mais baratos do que os praticados no Brasil. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Correio do Estado em abril de 2025, motos básicas, com cilindradas entre 50 e 125, custam entre R$ 3 mil e R$ 5 mil no Paraguai, enquanto no Brasil esses modelos superam os R$ 8 mil.
Modelos intermediários, com cilindradas entre 150 e 170, também apresentam preços mais acessíveis no país vizinho, variando de R$ 7 mil a R$ 10,2 mil, enquanto no Brasil não é possível encontrá-los por menos de R$ 12 mil. A diferença de preços se deve a uma carga tributária menor, a um sistema fiscal simplificado e à importação direta de fabricantes asiáticos, o que possibilita a prática de preços mais competitivos.
Entretanto, a circulação dessas motos no Brasil é proibida, com algumas raras exceções. A legislação brasileira não permite a circulação de veículos com placas estrangeiras, exceto em casos específicos de turismo, desde que o proprietário comprove residência no país de origem. Assim, brasileiros que compram motos no Paraguai para circular no Brasil estão infringindo a lei e precisam passar por um processo formal de importação.
Quem for flagrado dirigindo uma moto irregular no Brasil pode ter o veículo apreendido, enfrentar multas elevadas e até responder por crime de contrabando e sonegação de impostos, como IPI, ICMS, IPVA e Imposto de Importação. Apenas veículos com mais de 30 anos podem ser importados do Paraguai, sendo classificados como itens de coleção. Motos novas podem ser legalizadas, mas o processo é longo e envolve a homologação técnica do Inmetro, além do pagamento de diversos impostos e a apresentação de documentação completa e comprovante de origem, o que muitas vezes inviabiliza a economia pretendida.
Além disso, há o risco de fraudes, uma vez que as motos compradas no Paraguai não têm garantia no Brasil, e a manutenção e reposição de peças podem ser complicadas. Existe também a possibilidade de adquirir motos com documentação irregular ou até mesmo roubadas.
Fonte: Bnews – São Paulo.
fOTO: FREEPIK
