Os brechós em Belo Horizonte têm se consolidado como uma alternativa de consumo consciente e criativo, se tornando uma verdadeira tendência no mercado de moda. Segundo dados do Sebrae Minas, a cidade é responsável por um dos maiores números de brechós em Minas Gerais, com mais de 500 estabelecimentos, entre físicos e online, em um cenário que mostra um crescimento contínuo. O levantamento, que ouviu donos de brechós entre outubro de 2023 e março de 2024, revelou que seis de cada dez lojas já operam também no ambiente digital, ampliando o alcance e a oferta para os consumidores.
A crescente procura por roupas de segunda mão tem sido impulsionada por mudanças no comportamento dos consumidores, que buscam alternativas mais sustentáveis e exclusivas. A mudança de percepção sobre a qualidade e o estilo das peças tem sido notável, principalmente após a pandemia, quando o público passou a olhar de forma mais aberta para os brechós.
Muitos donos de brechós destacam o impacto positivo que o negócio trouxe para suas vidas. A possibilidade de empreender de maneira simples, com peças adquiridas de amigos e conhecidos, é uma das razões pelas quais o setor atrai cada vez mais novos empreendedores. Em busca de um sustento e com o desejo de empreender, muitos desses profissionais viram no brechó uma chance de transformar o próprio gosto por moda em um negócio rentável, que pode gerar empregos e ainda contribuir para a sustentabilidade.
A valorização das peças de segunda mão, muitas vezes únicas e exclusivas, tem atraído um público fiel, que não apenas consome, mas também se engaja com a proposta de reuso e de menor impacto ambiental. Para os proprietários, o futuro é promissor, e todos concordam que o setor tem muito a crescer. A moda vintage, a exclusividade e a consciência ambiental são pilares de um mercado que está cada vez mais em alta.
A principal diferença entre os brechós e os bazares, popularmente conhecidos, é a curadoria. Enquanto os brechós se destacam pela revisão das peças, que passam por processos de lavagem, ajustes e, às vezes, até customizações, os bazares oferecem produtos sem esse tipo de cuidado, o que reflete diretamente no preço.
Com o aumento do consumo consciente e a aceitação das roupas de segunda mão como uma forma de adquirir estilo com mais economia, os brechós se tornam cada vez mais relevantes para o mercado de moda em Belo Horizonte e em todo o país.
Foto: Alex de Jesus/O Tempo
Fonte: O Tempo