Olhos e ouvidos atentos para as instruções de mais um dia de buscas na mina Córrego do Feijão. Já se passaram 1.826 desde o rompimento da barragem da Vale, em 25 de janeiro de 2019.
A Base Bravo é o ponto de apoio dos bombeiros. Lá eles comem, dormem e repassam o planejamento para encontrar as três vítimas da tragédia que ainda estão desaparecidas: Nathália de Oliveira Porto Araújo, Tiago Tadeu Mendes da Silva e Maria de Lurdes da Costa Bueno.
O tenente Henrique Barcellos vai ao encontro da equipe de reportagem do g1. Ele é o militar responsável por transmitir os avanços da “Operação Brumadinho”, a maior já feita pelo Corpo de Bombeiros em Minas Gerais.
Em seguida, entramos em uma picape e seguimos até o “mirante”, local de onde se pode ter uma vista panorâmica da área de buscas. Ao chegar, o horizonte das serras mineiras logo é ofuscado pela imaginação pictórica de um mar de lama que matou 270 pessoas — 267 delas identificadas.
Lá embaixo, o amarelo das escavadeiras, tratores e esteiras contrasta com a paleta de tons terrosos dos rejeitos.
“A gente tinha, na primeira estratégia, a possibilidade de encontrar pessoas com vida. Então, essa primeira estratégia foi uma busca incessante, ininterrupta, nas primeiras 72 horas, para que os militares conseguissem progredir nesse terreno com o uso de aeronaves, com o uso de técnicas específicas de busca e salvamento”, disse Barcellos.
Quando a esperança de encontrar vidas acabou, a operação precisou se adaptar. Cães passaram a rastrear o odor gerado na área de rejeitos, e o maquinário começou a cavar toneladas de lama.
“Desse material mais profundo, a gente conseguiu, através da busca visual pelos bombeiros militares, buscar algum segmento ou algum material de interesse que pudesse levar à identificação dessas vítimas”.
Fonte: Globo minas. Foto: Douglas Magno / Arte: Bárbara Miranda/g1