A criança de 10 anos que, segundo a família, perdeu a visão do olho direito após sofrer agressões dentro de uma escola da rede municipal será ouvida pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima. A família afirma que o menino sofria perseguição por causa de uma diferença física nos olhos, resultado de glaucoma congênito, e que episódios de bullying se repetiram ao longo de meses sem a devida resposta das autoridades escolares.
De acordo com a família, os episódios começaram em 2023 e envolveram colegas mais velhos. Relatos incluem quebra de óculos, empurrões que causaram fraturas, provocações contínuas e agressões físicas documentadas ao longo de 2024 e 2025. Em novembro, durante uma aula de educação física, a criança sofreu chutes e um soco no olho; foi internada e transferida para um hospital de referência, onde o laudo médico indicou deslocamento de retina com perda irreversível da visão.
A família afirma ter buscado apoio em diferentes instâncias — direção da escola, Conselho Tutelar, corregedoria regional de educação e canais de denúncia — e guarda protocolos de contato. A sensação, segundo a mãe, é de impunidade e de que os pedidos de ajuda não foram efetivamente atendidos, o que agravou as consequências para a criança, inclusive impedindo sua participação em competições acadêmicas para as quais havia se classificado.
A Secretaria Municipal de Educação respondeu que instaurou sindicância para apurar o caso e que tomou medidas administrativas, como a transferência do estudante apontado como autor das agressões para outra unidade. A pasta também informou que a escola realizou ações de prevenção ao bullying ao longo do ano, com envolvimento de assistentes sociais e psicólogos, e afirmou que seguirá os procedimentos previstos no Protocolo de Prevenção, Proteção e Segurança Escolar.
Especialistas ouvidos classificaram o episódio como grave, destacando que crianças com condições oftalmológicas exigem atenção redobrada e proteção contra agressões. Autoridades policiais e de proteção à infância conduzem agora as diligências para apurar responsabilizações e averiguar por que denúncias anteriores não resultaram em ações protetivas eficazes.
Foto: Reprodução/RJ2
Texto original: RJ2 (03/12/2025)














