Juliana Ramos de Castro, de 41 anos, é um exemplo da crescente epidemia de burnout no Brasil. Com uma jornada de trabalho que chegava a 16 horas diárias e um alto nível de responsabilidades, Juliana começou a apresentar sintomas como cansaço extremo, dores no peito e crises de choro. Inicialmente, ela acreditava que sofria de ansiedade, mas ao procurar ajuda médica, foi diagnosticada com burnout, uma síndrome causada por estresse crônico relacionado ao trabalho.
A situação de Juliana reflete um cenário preocupante no país. Em 2023, o número de pessoas afastadas do trabalho devido ao burnout foi o maior dos últimos dez anos, com 421 casos registrados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Desde 2019, os afastamentos por essa condição aumentaram 136%, impulsionados pela pandemia de coronavírus.
Especialistas apontam três fatores que explicam o aumento dos diagnósticos: o maior conhecimento sobre a síndrome, a crescente pressão no ambiente de trabalho e a dificuldade de diferenciar o burnout de outros transtornos mentais. No entanto, as estatísticas oficiais podem não refletir a realidade, pois apenas afastamentos superiores a 15 dias são contabilizados.
Para lidar com o burnout, o tratamento geralmente envolve psicoterapia, uso de medicamentos e mudanças no estilo de vida, como a prática de atividades físicas e a busca por um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Além disso, é necessário um maior engajamento das empresas na prevenção da síndrome, com foco em mudanças na cultura organizacional e na redução da pressão sobre os trabalhadores.
Casos como o de Juliana mostram a importância de reconhecer os sinais de burnout e buscar ajuda antes que os sintomas se agravem. A síndrome não é apenas um desafio individual, mas também um problema social e econômico que demanda atenção urgente.