O café se tornou um item cada vez mais caro para os brasileiros, com o preço da saca de 60kg passando de R$ 1.014,93 em fevereiro de 2024 para R$ 2.565,86 neste mês, uma elevação de 152%. A alta reflete uma série de fatores, sendo o principal deles a escassez de chuvas e o clima adverso que afetaram a produção do grão. Porém, ao contrário do que muitos acreditam, o governo federal não é o responsável por essa elevação e não tem poder para reduzir os preços.
A falta de chuvas regulares em 2023 e 2024, considerada uma das mais duradouras da história, comprometeu a produção de café, especialmente no estado de Minas Gerais, que é o maior produtor do Brasil. Além da seca, as altas temperaturas e eventos climáticos extremos, como o granizo, também contribuíram para a queda na produção. De acordo com especialistas, o ciclo bianual de produção de café agravou ainda mais a situação, com o ano anterior, esperado para ter uma safra mais forte, sendo prejudicado por essas condições climáticas.
Outro fator importante foi o enfraquecimento do real, o aumento nos custos de produção e mão de obra, bem como a alta demanda, principalmente da China. Com a oferta reduzida e a demanda crescente, o preço da saca disparou.
Embora o governo não tenha falhado, ele pode intervir através de programas como o Funcafé, com recursos de R$ 6,8 bilhões para a safra de 2024/2025, com o objetivo de amenizar a volatilidade do preço. Entretanto, a pressão sobre o preço do café é muito mais ligada a fatores climáticos e econômicos globais do que a decisões governamentais internas.
A previsão é que os preços continuem altos nos próximos meses, com a escassez de grãos e o impacto de fenômenos climáticos, tanto no Brasil quanto em outros grandes produtores como Vietnã e Colômbia.