O câncer de pele se destaca como o tipo mais frequente de tumor maligno no Brasil, sendo diretamente associado à exposição excessiva aos raios ultravioleta (UV) emitidos pelo sol. A radiação ultravioleta danifica o DNA das células cutâneas e pode resultar na formação de tumores, que respondem por cerca de 193 mil novos casos anualmente no país, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). A detecção precoce da doença é crucial, pois aumenta significativamente as chances de sucesso no tratamento, especialmente no caso do melanoma, que é considerado o tipo mais agressivo.
Os cânceres de pele se dividem em dois grupos principais: os não melanoma e o melanoma. Os tumores não melanoma são os mais comuns e se subdividem em carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular. O carcinoma basocelular geralmente cresce de forma lenta e aparece como um nódulo rosado em áreas expostas ao sol, como rosto e pescoço. O carcinoma espinocelular, por sua vez, tende a se desenvolver mais rapidamente, manifestando feridas que não cicatrizam após semanas. Ambos os tipos estão fortemente associados à radiação solar e demandam atenção médica desde os primeiros sinais.
Embora o melanoma represente apenas 3% dos casos de câncer de pele, ele é motivo de preocupação devido à sua agressividade e ao potencial de metástase, que ocorre quando as células cancerosas se espalham para outros órgãos. O melanoma geralmente aparece como pintas escuras que mudam de forma, cor ou tamanho ao longo do tempo. Para identificar riscos, os médicos utilizam a regra do “ABCDE”: assimetria, bordas irregulares, cores variadas, diâmetro acima de 6 mm e evolução da lesão. Homens costumam apresentar melanomas nas costas, enquanto mulheres frequentemente os têm nas pernas. Em pessoas negras e asiáticas, as manifestações são mais comuns nas mãos e pés.
Além da exposição solar, fatores como histórico familiar, a presença de muitas pintas e o uso de medicamentos imunossupressores—frequentes em pacientes transplantados—também aumentam o risco de desenvolvimento da doença. A observação regular da pele é um passo fundamental para a prevenção e o diagnóstico precoce. Consultas periódicas com dermatologistas e exames como dermatoscopia e mapeamento corporal ajudam na detecção de alterações suspeitas antes que a doença avance.
O tratamento do câncer de pele varia conforme o estágio em que a doença é diagnosticada. Na maioria dos casos, a remoção cirúrgica da lesão é suficiente para a cura, especialmente quando realizada precocemente. Em situações mais graves, como no melanoma avançado, terapias adicionais podem ser necessárias, incluindo imunoterapia—que estimula o sistema imunológico a combater as células malignas—ou medicamentos orais específicos para mutações genéticas. A prevenção, no entanto, continua sendo a melhor estratégia, e medidas como o uso diário de protetor solar, roupas adequadas e a evitação da exposição excessiva ao sol são essenciais para reduzir os riscos.
Crédito da foto: Hospital Regional de Presidente Prudente. Fonte: g1.