Carnaval de Minas Gerais: Seis Mortes por Afogamento nos Primeiros Dias de Feriado

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Entre sexta-feira, 28 de fevereiro, e ontem, 3 de março, Minas Gerais registrou 11 casos de afogamento, sendo seis com vítimas fatais, de acordo com informações do Corpo de Bombeiros. O Carnaval, tradicionalmente um período de festa e diversão, também é marcado por preocupações com a segurança, principalmente em ambientes aquáticos, como cachoeiras, rios e represas, onde muitas pessoas buscam refresco durante os dias de folia.

O aumento de ocorrências de afogamento durante o Carnaval de 2025 tem como principais causas o consumo excessivo de álcool e a imprudência. O tenente Elton Assumpção, do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, alerta que a ingestão de bebidas alcoólicas pode afetar o equilíbrio e a coordenação motora, tornando mais difícil realizar atividades físicas, como nadar. “A desidratação também contribui para cãibras e dificuldades de locomoção dentro da água, o que aumenta o risco de afogamento”, explicou o tenente.

Além disso, muitos acidentes ocorrem quando as pessoas tentam realizar atividades em locais desconhecidos ou para as quais não estão preparadas, como nadar em rios ou cachoeiras. “Muitas vezes, a causa é a imprudência, pois as pessoas entram em locais onde não sabem nadar ou não conhecem as condições do local, como a profundidade ou presença de buracos”, alertou Assumpção.

Ousadia e Desafios Perigosos

Outro fator que contribui para os acidentes, especialmente entre os jovens, é o comportamento desafiador, muitas vezes impulsionado pelo álcool. “Alguns jovens se desafiam em grupos a atravessar rios ou pular de pedras em cachoeiras. Isso aumenta o risco de acidentes, pois eles podem se sentir pressionados a ir além dos seus limites”, observou o especialista. O tenente também ressaltou que, entre os mais velhos, a falta de consciência sobre o próprio condicionamento físico é um agravante. “Muitas pessoas tentam realizar atividades que costumavam fazer no passado, mas não têm mais a mesma preparação física e acabam se afogando”, explicou.

Preocupação com as Crianças

Os afogamentos de crianças também são uma preocupação constante. O Corpo de Bombeiros alerta que, em locais como piscinas e rios, é fundamental a supervisão constante. “Apenas 15 centímetros de água podem ser suficientes para causar um afogamento em uma criança”, enfatizou o tenente Assumpção. Ele também recomendou que os pais redobrem a atenção, evitando distrações, como o consumo de álcool, enquanto estão próximos aos filhos. “A falsa sensação de segurança proporcionada por boias infláveis é outro perigo. Elas podem se esvaziar lentamente sem que os adultos percebam”, completou.

Casos Recentes

Entre as vítimas de afogamento neste Carnaval, destaca-se o caso de um idoso de 65 anos, que se afogou em Itabira, após nadar no encontro do rio Tanque com o rio Santo Antônio. Ele foi encontrado sem vida três dias depois. Em Bocaiúva, no Norte de Minas, um jovem de 28 anos se afogou no rio Jequitinhonha, onde as fortes correntezas e profundidade do leito foram fatores agravantes. No Lago de Furnas, em Formiga, uma mulher de 57 anos foi resgatada após cair de jet-ski e ficou em estado grave, necessitando de ventilação mecânica.

O Corpo de Bombeiros orienta que, durante o Carnaval e em qualquer época do ano, as pessoas evitem entrar na água sob o efeito do álcool e sigam todas as precauções de segurança, como o uso de coletes salva-vidas e a supervisão de crianças, para garantir uma folia segura e sem tragédias.

Prevenção e Cuidados

Em caso de emergências aquáticas, o Corpo de Bombeiros recomenda a ligação imediata para o número 193. Além disso, o tenente Assumpção reforça que a prudência e a responsabilidade são essenciais para evitar que a diversão se transforme em tragédia. “Se beber, não entre na água”, finalizou.

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