Um BYD Dolphin pegou fogo durante o carregamento em Santa Maria (RS), no último domingo (19), após uma instalação elétrica improvisada com o uso de uma extensão inadequada. O incêndio, que se iniciou dentro do veículo, foi controlado pelo Corpo de Bombeiros e não atingiu o conjunto de baterias do carro.
Segundo a corporação, o fogo começou quando a extensão, incapaz de suportar a carga elétrica exigida, derreteu e rompeu-se, causando uma sobrecarga. O cabo passava pelo interior do carro e estava conectado a um carregador posicionado sobre o banco, o que facilitou a propagação das chamas.
O professor Genaro Mariniello da Silva, especialista em engenharia elétrica da FMU, explicou que o uso de extensões e tomadas comuns em equipamentos de alta potência pode provocar superaquecimento e incêndios. “Esses riscos se agravam quando o equipamento está próximo a materiais inflamáveis, como o estofamento de um carro”, afirmou.
A BYD ainda não se pronunciou sobre o ocorrido.
De acordo com o manual do BYD Dolphin, o carregamento doméstico deve seguir especificações como tensão de 220 volts, corrente de 10 amperes e circuito com aterramento. O uso de extensões, adaptadores ou cabos adicionais é expressamente proibido.
O diretor de segurança da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Clemente Gauer, explicou que a recarga improvisada foi agravada pelo efeito estufa dentro do veículo, já que os vidros estavam fechados. “Mesmo em dias moderados, a temperatura interna pode ultrapassar 50 °C, aumentando o risco de combustão”, disse.
A ABVE reforçou que veículos elétricos são seguros, mas alertou que o problema está na recarga fora das normas. Segundo dados da associação, o Brasil possui mais de 16 mil pontos públicos de recarga, todos com estrutura adequada e aterramento específico.
📸 Foto: Reprodução / g1
📰 Fonte: g1 / André Fogaça – São Paulo
