Um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), um braço institucional da ONU, mostra um cenário de endividamento preocupante no Brasil.
O estudo mostra que sete em cada dez famílias brasileiras se endividaram durante a pandemia, sendo que 43,2% desses núcleos familiares não devem conseguir honrar os compromissos financeiros.
Como desfecho deste cenário, a economia do Brasil presenciará “variados desafios econômicos e sociais uma vez que muitas dessas pessoas poderão enfrentar dificuldades para se inserir ou permanecer no mercado consumidor”.
A conclusão do relatório, divulgado nesta segunda-feira (21)..
O estudo sugere ainda a atuação urgente e efetiva do poder público, na tentativa de realocar esses consumidores no mercado de trabalho como forma de quitar as dívidas contraídas.
O documento mostra que a alta no rendimento familiar se torna a única solução para enfrentar os efeitos do ‘superendividamento’.
“Pensar na realocação do cidadão no mercado de consumo beneficia não somente o desenvolvimento do país, mas também o desenvolvimento humano — em dimensões que ultrapassam impactos econômicos”, afirmou o representante residente adjunto do PNUD, Carlos Arboleda.
Com o intuito de auxiliar na recuperação econômica das famílias brasileiros, a PNUD desenvolveu um projeto em conjunto com a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).
Após a conclusão do estudo, foram apresentadas doze recomendações aos órgãos públicos para enfrentar o endividamento ‘endêmico’ no país.
A primeira proposta sugere a regulamentação de um programa de educação financeira em âmbito nacional, com projetos voltados aos jovens no ambiente escolar, à população em geral e a grupos vulneráveis.
Outras sugestões como a repactuação de dívidas e a definição das etapas e ritos pelo poder público também aparecem no trabalho produzido pela PNUD e a Senacon