Censo: maioria dos trabalhadores do Vetor Norte gasta até meia hora para chegar ao trabalho

Por Dentro De Tudo:

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Matozinhos e Capim Branco têm os trajetos mais curtos, enquanto Ribeirão das Neves e Santa Luzia lideram com os maiores tempos de deslocamento

O tempo que os trabalhadores da Região Metropolitana de Belo Horizonte levam para chegar ao trabalho continua sendo um termômetro das condições de mobilidade urbana e do acesso a oportunidades de emprego mais próximas de casa. Os dados do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que dois em cada três brasileiros (67%) gastam até meia hora no trajeto diário.

No Vetor Norte, que reúne cidades como Matozinhos, Pedro Leopoldo, Lagoa Santa, Vespasiano, Capim Branco, São José da Lapa, Prudente de Morais, Jaboticatubas, Santa Luzia e Ribeirão das Neves, o cenário acompanha a média nacional, mas com variações significativas entre os municípios.

Matozinhos: a cidade com deslocamento mais rápido

Em Matozinhos, 68% dos trabalhadores levam até meia hora para chegar ao trabalho. Entre eles, 36% gastam de 15 a 30 minutos, 25% de 6 a 15 minutos, e 7% até cinco minutos. Outros 20% gastam de meia hora a uma hora, enquanto 9% precisam de até duas horas para completar o percurso. Os números indicam que a maior parte dos moradores atua no próprio município ou em cidades vizinhas, como Pedro Leopoldo e Capim Branco.

Pedro Leopoldo: deslocamento dentro da média nacional

Em Pedro Leopoldo, 34% dos trabalhadores demoram entre 15 e 30 minutos para chegar ao trabalho, enquanto 23% gastam de 6 a 15 minutos. Outros 20% levam até uma hora. A localização estratégica entre Belo Horizonte, Matozinhos e o Aeroporto Internacional de Confins contribui para um tempo médio de deslocamento mais equilibrado.

Capim Branco: maioria trabalha perto de casa

Em Capim Branco, 36% dos moradores gastam de 15 a 30 minutos para chegar ao trabalho, e 25% levam de meia hora a uma hora. O número de trabalhadores que demoram mais de duas horas é mínimo, apenas 1%. O resultado reforça o perfil de cidade tranquila, com deslocamentos curtos e boa ligação com as rodovias que dão acesso às cidades vizinhas.

Lagoa Santa e Vespasiano: trânsito e conexão com Confins influenciam

Em Lagoa Santa, 35% dos trabalhadores gastam de 15 a 30 minutos, 23% até uma hora, e 12% de uma a duas horas.

Já em Vespasiano, 31% gastam de meia hora a uma hora, e 26% de uma a duas horas. O aumento do tempo de deslocamento está diretamente ligado ao tráfego intenso da MG-424 e da Linha Verde, que conecta os municípios à capital e ao aeroporto.

São José da Lapa e Prudente de Morais: trajetos intermediários

Em São José da Lapa, 31% dos trabalhadores gastam entre 15 e 30 minutos, e 23% entre meia hora e uma hora. Já em Prudente de Morais, 32% levam até uma hora, e 19% de 6 a 15 minutos, o que demonstra um bom equilíbrio de deslocamento.

Santa Luzia e Ribeirão das Neves: longos deslocamentos diários

As duas cidades apresentam os piores índices da região em tempo de trajeto.

Em Santa Luzia, 33% dos trabalhadores levam de meia hora a uma hora, e 26% gastam de uma a duas horas.

Em Ribeirão das Neves, os números são ainda mais expressivos: 31% levam de uma a duas horas e 4% chegam a gastar até quatro horas para chegar ao local de trabalho. A dependência da capital e as dificuldades do transporte coletivo contribuem para esses longos deslocamentos.

Jaboticatubas: destaque positivo

Com 34% dos trabalhadores gastando entre 15 e 30 minutos, e 26% de 6 a 15 minutos, Jaboticatubas aparece como uma das cidades com deslocamentos mais rápidos. Apenas 8% levam de uma a duas horas, e 1% ultrapassa esse tempo.

Desafio regional

Os números mostram que, embora a maioria dos trabalhadores do Vetor Norte ainda gaste menos de meia hora para chegar ao emprego, há uma parcela considerável que enfrenta deslocamentos longos. A concentração de oportunidades em Belo Horizonte e o aumento populacional nos municípios vizinhos tornam urgente a ampliação do transporte público metropolitano, a melhoria nas rodovias e o incentivo à geração de empregos locais.

Essas medidas são vistas por especialistas como essenciais para reduzir o tempo gasto no trânsito e melhorar a qualidade de vida da população que vive e trabalha na Região Metropolitana.

Fonte: IBGE – Censo 2022 / g1.globo.com

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