Cerco ao “gatonet” derruba mais de 550 serviços piratas no Brasil e na Argentina

Por Dentro De Tudo:

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Duas operações internacionais apertaram o cerco contra o “gatonet” e retiraram do ar 558 serviços de streaming pirata desde a última quinta-feira (27). As ações, conduzidas na Argentina e no Brasil, são desdobramentos de investigações que já desativaram milhares de plataformas ilegais ao longo dos últimos meses.

A operação mais recente ocorreu na Argentina, derrubando 22 aplicativos no domingo (30), entre eles BTV e Red Play. A ação é a segunda fase de uma investigação iniciada em setembro de 2024, que já havia bloqueado outros 14 apps, incluindo My Family Cinema e TV Express. As equipes identificaram escritórios que funcionavam como empresas formais, empregados registrados e até setor de recursos humanos, apesar de a operação estar totalmente estruturada sobre serviços ilegais hospedados na China. Estima-se que o esquema tenha movimentado mais de US$ 150 milhões ao ano.

Três dias antes, no Brasil, a oitava fase da Operação 404 bloqueou 535 sites e um aplicativo de streaming. A força-tarefa é liderada pelo Ministério da Justiça e, desde 2019, já derrubou mais de 3 mil plataformas piratas, além de remover perfis em redes sociais e conteúdos de buscadores. Nesta fase, foram cumpridos 44 mandados de busca e apreensão, quatro pedidos de prisão preventiva e três prisões em flagrante, com apoio de polícias civis de 15 estados e de agências reguladoras como Ancine e Anatel.

Segundo a Alianza, associação que combate a pirataria audiovisual na América Latina, os serviços derrubados somavam mais de 6,2 milhões de assinantes, sendo 4,6 milhões apenas no Brasil. A maioria dos acessos era feita por meio de TV boxes — aparelhos utilizados para transmitir conteúdo por IPTV, muitas vezes sem homologação da Anatel.

Com a queda dos serviços, muitos usuários buscaram sites de reclamações, mas órgãos de defesa do consumidor alertam que quem adere a serviços ilegais perde automaticamente seus direitos. O Procon-SP explica que empresas irregulares não podem ser notificadas e lembra que equipamentos piratas expõem usuários a riscos como interferência em outros aparelhos e ataques cibernéticos.

A operação argentina divulgou uma lista de 36 aplicativos removidos, incluindo Blue TV, Super TV Premium, Venga TV, Waka TV e WeivTV. No Brasil, os nomes dos sites bloqueados permanecem sob responsabilidade das polícias civis e do Judiciário de cada estado.

As investigações continuam e, segundo autoridades, novas fases devem ser deflagradas nos próximos meses para atingir redes internacionais de pirataria que atuam no fornecimento, venda e suporte técnico dessas plataformas.

Foto: Reprodução

Texto original: g1 / Victor Hugo Silva

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