Cinco anos após o trágico Caso Backer, as famílias mineiras afetadas pela contaminação da cerveja Belorizontina enfrentam novamente a dor e a indignação. Enquanto os órgãos de investigação continuam a trabalhar para esclarecer as intoxicações por metanol em São Paulo, as memórias desse drama ainda estão muito vivas.
Guilherme Leroy, advogado que representa algumas das vítimas, expressou a frustração das famílias: “Elas estão revivendo um sofrimento intenso, sentindo-se impotentes diante da impunidade”. O caso levou à abertura de dois processos contra os responsáveis da Backer, uma cervejaria que era considerada referência no mercado de cervejas artesanais até então. A ação penal, que busca responsabilizar os culpados, ainda não foi finalizada.
Em 2020, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apresentou uma denúncia contra 11 indivíduos, dos quais apenas 10 ainda respondem judicialmente, já que um dos réus faleceu e outro foi acusado de falso testemunho. Os sócios da Backer enfrentam acusações graves, incluindo a venda de produtos que sabiam estar adulterados, enquanto engenheiros e técnicos responsáveis pela fabricação da bebida foram denunciados por homicídio culposo e lesão corporal culposa.
Além disso, uma ação civil foi movida para garantir reparação às vítimas. O MPMG e a Cervejaria Três Lobos, que controla a marca Backer, chegaram a um acordo de indenização no valor de R$ 500 mil. No entanto, muitos optaram por buscar reparação individual e ainda não receberam qualquer compensação, uma vez que a empresa entrou em recuperação judicial.
As investigações revelaram que 29 pessoas foram intoxicadas e 10 perderam a vida devido à contaminação, que foi causada por substâncias perigosas que vazaram durante a produção.
Enquanto isso, em São Paulo, as autoridades de saúde estão lidando com casos de intoxicação por metanol, com 22 episódios registrados até o momento, cinco dos quais confirmados. O governo de Pernambuco também está investigando casos suspeitos, e o ministro da Justiça determinou a abertura de um inquérito pela Polícia Federal para apurar a distribuição de bebidas adulteradas.
O caso Backer e as novas ocorrências de intoxicação levantam sérias preocupações sobre a saúde pública e a segurança dos consumidores.
*Fonte: BHAZ*
*Foto: BHAZ*