Cientistas da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, desenvolveram um exame de sangue capaz de diagnosticar o Alzheimer de forma mais rápida e sem a necessidade de testes adicionais. Os resultados da pesquisa foram divulgados na revista científica Brain.
Segundo os pesquisadores, a tecnologia pode permitir a identificação da doença em seus estágios iniciais de forma mais precisa que os exames atuais e mesmo sem a realização de outros procedimentos, como as ressonâncias do cérebro ou a punção lombar, que coleta uma amostra de líquido cefalorraquidiano (LCR) da parte inferior das costas dos pacientes.
Embora exames de sangue atuais possam identificar anomalias em determinadas proteínas, o que ajuda no diagnóstico da doença, até então os testes não eram capazes de detectar marcadores de danos em células nervosas específicas, como destaca o jornal britânico The Guardian.
Hoje, os testes de sangue para a doença são complementares ao diagnóstico e se concentram em verificar alterações de duas proteínas: a Beta amilóide e a proteína TAU. O o exame desenvolvido pelos cientistas americanos é baseado em anticorpos que poderiam detectar uma forma particular de proteína chamada “TAU derivada do cérebro”, que é específica para a doença de Alzheimer.
Ao todo, os cientistas testaram 600 pacientes americanos em diferentes estágios da doença e descobriram que os níveis da proteína se correlacionavam com os níveis de TAU e podiam distinguir com segurança o Alzheimer de outras doenças neurodegenerativas.
O próximo passo agora será validar o teste em uma diversidade mais ampla de pacientes, incluindo aqueles de origens raciais e étnicas variadas e os que sofrem de diferentes estágios de perda de memória ou outros sintomas potenciais de demência.
Apesar de ser a forma mais comum de demência, o Alzheimer ainda tem um diagnóstico desafiador – principalmente no início do quadro. “Muitos pacientes, mesmo nos EUA, não têm acesso a scanners de ressonância magnética e outros exames para Alzheimer. Acessibilidade é uma questão importante”, afirma Thomas Karikari, pesquisador da Universidade de Pittsburgh e um dos responsáveis pelo desenvolvimento do exame.
Segundo Karikari, os cientistas esperam que o monitoramento dos níveis da “TAU derivada do cérebro” no sangue também possa melhorar os padrões de ensaios clínicos para o desenvolvimento de novos tratamentos contra o Alzheimer.
Fonte: ÉpocaNegócios.