Duas clínicas de reabilitação para dependentes químicos foram interditadas no fim de semana em Juatuba, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, após denúncias de maus-tratos e cárcere privado. A operação contou com a participação da Polícia Militar, Vigilância Sanitária, Assistência Social e representantes da prefeitura.
As unidades, ligadas ao Grupo Fênix, funcionavam sem alvará e sem autorização judicial. De acordo com a investigação, os internos eram mantidos de forma compulsória, a maioria deles idosos internados por familiares sem qualquer documentação de consentimento. Ao todo, 46 pessoas foram resgatadas entre os dias 27 e 28 de setembro.
As vistorias apontaram condições insalubres, alimentação precária, uso de medicamentos para manter pacientes sedados, trabalho forçado e ausência de acompanhamento médico. Os remédios eram misturados a bebidas conhecidas entre os funcionários como “danoninho”. Além disso, foram relatados casos de agressão física e restrição de liberdade.
Segundo a Vigilância Sanitária, as clínicas estavam registradas como albergues, o que não correspondia ao tipo de atividade exercida. Muitos dos pacientes não possuíam prontuário médico ou registros de internação. Diante da situação, a Prefeitura de Juatuba montou um abrigo provisório para acolher os resgatados, e aqueles em estado mais grave foram encaminhados a atendimento médico e psicológico.
Na primeira etapa da operação, realizada no sábado (27), seis pessoas foram presas em flagrante. No domingo (28), outras duas também foram detidas. A Polícia Civil confirmou a prisão por crimes de sequestro e cárcere privado e dará continuidade às investigações.
Foto: Divulgação/Polícia Militar
Fonte: g1 Minas